quinta-feira, 2 de maio de 2013

Comentário - "Homem de ferro 3" (Iron man 3, 2013)


Por William Gaspar

O homem faz o traje ou é o traje que faz o homem? Com essa frase dá para começar a falar do filme.
Quem acompanha o Homem de Ferro desde os “princípios dos primórdios”, como eu, vai notar as referências no filme tiradas diretamente das edições 61, 62 e 62 da revista “O invencível Homem de Ferro”, que é quando o “olimpiano” Stan Lee dá ao Tony Stark sua fase crítica de personalidade - é também o primeiro momento em que o personagem realmente demonstra real fraqueza humana dentro da história. Aliás, essa é uma jogada muito boa do Stan que pode ser vista em vários outros personagens como na edição consagrada do amigo da vizinhança, “Homem-Aranha nunca mais”.

Voltando ao filme, o conflito interno que Stark vive no filme, por não saber se poderá proteger a Pepper e o resto de seus amigos, tira as atenções apenas das armaduras e dos combates, que neste filme são um espetáculo à parte, mas não pretendo falar dos efeitos do filme, já que R$ 200 milhões são os responsáveis por eles...

Outra grande sacada do filme foi adaptar o “Patriota de Ferro”, uma vez que ele não entraria tão cedo na história se fossemos seguir os fatos passo a passo. Apesar de ele não ser originalmente encarnado pelo Rhodey, achei justo, só acho que poderiam ter feito uma armadura nova e não simplesmente adaptar a “Máquina de Guerra” (grana tinha).

Durante o desenrolar da trama, Stark tem que se mostrar forte e astuto, porém em situações nas quais a armadura não pode ajudar, uma vez que ele fica na mão uma centena de vezes, por “n” motivos, e faz isso a maestria e engenhosidade do personagem mais esperto da Marvel. Robert Downey Jr. merece muitos e muitos aplausos pela interpretação. Acho que ele nunca foi tão bem desde que interpretou Chaplin. Ele já entendeu a essência do personagem.

A presença de um garotinho fã do “Homem de Ferro” que ajuda Tony Stark no filme é um acerto lindo. Aliás, talvez este seja o melhor filme de todos, porque Downey Jr. consegue passar menos tempo dentro da lataria e mais tempo interagindo com outros personagens, sacaneando, ironizando e com isto reforçando para a audiência quem é mesmo este personagem.

Gwyneth Paltrow não fica só no “amorzinho” e com aquele ciúme de namorada exigente. Ela também entra na ação! E mostra um corpaço com tanquinho ao ajudar Tony Stark e combater os vilões junto com um exército de 42 Homens de Ferro! Não! Sério! Essa cena final é pra fazer qualquer nerd/fã/empolgado (eu incluso) se arrepiar da cabeça aos pés. É um balé de iron men no céu lutando, atirando, se moldando no corpo de Tony Stark…

Outra cena fantástica, para mim a melhor do filme, é aquela em que as pessoas caem do avião e são salvas por Tony Stark. É muito bem filmada, não é idiota, é linda e faz você ficar muito tenso até tudo chegar ao fim.

Vamos aos vilões. Ótimos também. Guy Pearce é um cientista nerd que acaba se transformando num cara poderoso, megalomaníaco, amargurado e malevolente ao ser ignorado por Tony Stark anos atrás. A atuação do ator britânico/australiano passa exatamente essa ideia obstinada dele de foco, determinação, muita loucura e vingança.

Isso sem falar no veterano Ben Kingsley, que rouba a cena. Ele está engraçadíssimo ao fazer a caricatura de um terrorista nos mesmos moldes de Osama Bin Laden. Podia dar tudo errado por ser um assunto bem complicado e perigoso, mas o cara é excelente e faz tudo com maestria, na medida certa. Só não achei justo o Mandarim ser quem é nesse filme (quem conhece vai me entender). Faltaram os anéis e tals e aquela porra toda, mas ficou até bom na história, uma reviravolta cômica.

Por fim alguns podem criticar o final meio calmo demais, o que não condiz com o resto do filme ou da série, que não acho que deva terminar nesta sequência, como muitos pensam. Na minha avaliação, é o melhor dos três, o mais redondo, o mais engraçado, o mais inteligente, o mais eletrizante e competente.

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