Por William Gaspar
O homem faz o traje ou
é o traje que faz o homem? Com essa frase dá para começar a falar
do filme.
Quem acompanha o Homem
de Ferro desde os “princípios dos primórdios”, como eu, vai
notar as referências no filme tiradas diretamente das edições 61,
62 e 62 da revista “O invencível Homem de Ferro”, que é quando
o “olimpiano” Stan Lee dá ao Tony Stark sua fase crítica de
personalidade - é também o primeiro momento em que o personagem
realmente demonstra real fraqueza humana dentro da história. Aliás,
essa é uma jogada muito boa do Stan que pode ser vista em vários
outros personagens como na edição consagrada do amigo da
vizinhança, “Homem-Aranha nunca mais”.
Voltando ao filme, o
conflito interno que Stark vive no filme, por não saber se poderá
proteger a Pepper e o resto de seus amigos, tira as atenções apenas
das armaduras e dos combates, que neste filme são um espetáculo à
parte, mas não pretendo falar dos efeitos do filme, já que R$ 200
milhões são os responsáveis por eles...
Outra grande sacada do
filme foi adaptar o “Patriota de Ferro”, uma vez que ele não
entraria tão cedo na história se fossemos seguir os fatos passo a
passo. Apesar de ele não ser originalmente encarnado pelo Rhodey,
achei justo, só acho que poderiam ter feito uma armadura nova e não
simplesmente adaptar a “Máquina de Guerra” (grana tinha).
Durante o desenrolar da
trama, Stark tem que se mostrar forte e astuto, porém em situações
nas quais a armadura não pode ajudar, uma vez que ele fica na mão
uma centena de vezes, por “n” motivos, e faz isso a maestria e
engenhosidade do personagem mais esperto da Marvel. Robert Downey Jr.
merece muitos e muitos aplausos pela interpretação. Acho que ele
nunca foi tão bem desde que interpretou Chaplin. Ele já entendeu a
essência do personagem.
A presença de um
garotinho fã do “Homem de Ferro” que ajuda Tony Stark no filme é
um acerto lindo. Aliás, talvez este seja o melhor filme de todos,
porque Downey Jr. consegue passar menos tempo dentro da lataria e
mais tempo interagindo com outros personagens, sacaneando, ironizando
e com isto reforçando para a audiência quem é mesmo este
personagem.
Gwyneth Paltrow não
fica só no “amorzinho” e com aquele ciúme de namorada exigente.
Ela também entra na ação! E mostra um corpaço com tanquinho ao
ajudar Tony Stark e combater os vilões junto com um exército de 42
Homens de Ferro! Não! Sério! Essa cena final é pra fazer qualquer
nerd/fã/empolgado (eu incluso) se arrepiar da cabeça aos pés. É
um balé de iron men no céu lutando, atirando, se moldando no corpo
de Tony Stark…
Outra cena fantástica,
para mim a melhor do filme, é aquela em que as pessoas caem do avião
e são salvas por Tony Stark. É muito bem filmada, não é idiota, é
linda e faz você ficar muito tenso até tudo chegar ao fim.
Vamos aos vilões.
Ótimos também. Guy Pearce é um cientista nerd que acaba se
transformando num cara poderoso, megalomaníaco, amargurado e
malevolente ao ser ignorado por Tony Stark anos atrás. A atuação
do ator britânico/australiano passa exatamente essa ideia obstinada
dele de foco, determinação, muita loucura e vingança.
Isso sem falar no
veterano Ben Kingsley, que rouba a cena. Ele está engraçadíssimo
ao fazer a caricatura de um terrorista nos mesmos moldes de Osama Bin
Laden. Podia dar tudo errado por ser um assunto bem complicado e
perigoso, mas o cara é excelente e faz tudo com maestria, na medida
certa. Só não achei justo o Mandarim ser quem é nesse filme (quem
conhece vai me entender). Faltaram os anéis e tals e aquela porra
toda, mas ficou até bom na história, uma reviravolta cômica.
Por fim alguns podem
criticar o final meio calmo demais, o que não condiz com o resto do
filme ou da série, que não acho que deva terminar nesta sequência,
como muitos pensam. Na minha avaliação, é o melhor dos três, o
mais redondo, o mais engraçado, o mais inteligente, o mais
eletrizante e competente.
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