sábado, 2 de março de 2013

Os babacas de Cristo

Jesus Cristo é unanimidade: foi o exemplo de humildade, amor ao próximo, compaixão, honestidade, respeito... enfim, de bom caráter. O Filho de Deus, qualquer que seja o sentido que se dê ao termo (literal ou figurado), marcou a história da humanidade com suas ações e seu sacrifício. Vendo por um prisma bem realista e - por que não? - ao mesmo tempo um tanto quanto fantasioso, eu poderia dizer que, nos dias de hoje, ele estaria extremamente decepcionado com a deturpação das lições que deixou.

Vou me deter em um fato do qual tomei conhecimento hoje pelo Facebook: no Rio de Janeiro, membros de uma igreja evangélica chamada Nova Geração de Jesus Cristo depredaram um centro umbandista, atrás dos "demônios" (não há menção à data do caso). Agrediram moralmente as pessoas, destruíram imagens e, como se diz no bom português brasileiro, "tocaram o terror". Quatro pessoas se acharam no direito de, usando o nome de Jesus, fazer uma espécie de "limpeza religiosa". Julgaram, como Cristo nos disse para não fazer. Odiaram o próximo, indo de encontro ao que o Filho de Deus ensinou. Praticaram a intolerância usando o nome do Pai em vão, contrariando os mandamentos. Foram violentos, atitude que Jesus nunca tomou em sua passagem por este plano. Agiram, isso sim, como inquisidores, nazistas, membros de facções criminosas, mafiosos... enfim, como a mais repulsiva organização criminosa.

O único termo adequado a esse tipo de gente é "babacas". Babacas de Cristo. A vergonha do Cristianismo. Agem como na época das Cruzadas, nos tempos da Inquisição, quando a religião foi utilizada - e infelizmente ainda é - como poder político e com arrogância criminosa. Fala-se em amar ao próximo, mas desde que este seja quem está ao seu lado no culto, na missa ou em qualquer reunião de caráter religioso. O diferente é "do demônio". Deus, por meio de Cristo, pregou o amor. Satanás (ou como quer que seja chamado) é a inversão disso. Então, não precisa ser intelectual para deduzir a quem esses fanáticos estão servindo.

Guerras e mais guerras acontecem hoje, algumas por conta da intolerância religiosa. Em qualquer religião, existem os péssimos religiosos. No catolicismo, existe corrupção, pedofilia, jogos de interesses. No protestantismo, idem. E em qualquer outra religião que é feita nos moldes do que o homem interpretou. A religião é do homem, a religiosidade é de Deus. Existem padres, pastores, espíritas e budistas corruptos, pedófilos, estelionatários. Mas na mente dos babacas de Cristo, sua igreja é a perfeição. Um tipo de ideia de superioridade que levou a fatos como a Inquisição, o Holocausto, o massacre dos curdos, o genocídio em Ruanda, as batalhas no Oriente Médio...

Lamento pela falta de inteligência dos quatro babacas de Cristo que tomaram essa triste e desrespeitosa atitude. Eles não têm noção do significado da expressão "livre arbítrio", a não ser quando devem pensar que por terem essa liberdade eles podem sair atacando quem é diferente. Essa ação terá uma reação, uma consequência aqui ou em outro plano. Eles acham que agiram em nome de Deus. Agiram como na cartilha do Mal.

Por conta dessas atitudes vergonhosas eu me desliguei da religião. Uso meu livre arbítrio para isso. Não gosto de rituais, de ouvir palavras que não são colocadas em prática. Nasci no catolicismo, tenho minhas críticas a ele, mas em se tratando de denominação, posso me dizer cristão. Leio doutrinas diferentes, pois acho que em cada uma há lições que tiramos para nossas vidas. Mas seguir as palavras do homem o qual supostamente é representante de Deus é outra história, que acaba tendo consequências como essa no Rio de Janeiro. Ou mostram como tem gente que enriquece às custas da fé alheia - isso inclui o Vaticano, mas deixemos isso para, talvez, um futuro post.

Difícil ficar quieto diante de tamanha babaquice. Mas, cada um que aja como sua consciência manda. E aceite as consequências disso.

(Foto reproduzida do Facebook)

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