terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"Então, morra!" - o episódio de um eterno retorno

O mais comentado episódio da semana é só mais um dèja vu envolvendo um problema permanente em qualquer grande cidade: as ocupações irregulares. É por conta disso que aconteceram tragédias em Manaus, em Angra dos Reis, em Petrópolis e outras cidades brasileiras, guardadas as devidas proporções, claro. E entra ano, sai ano, e essas ocupações irregulares continuam, e o problema só é levado a sério quando acontece uma desgraça ou quando, como o que aconteceu recentemente, o prefeito perde a pose e age pior que um estivador: a mulher reclama de que não tem para onde ir, e Amazonino Mendes retruca, diante dos jornalistas, "então, morra, minha filha!", emendando a pérola de grosseria com um claro deboche quanto à origem paraense da queixosa.

Eterno retorno. Não há termo mais apropriado para o fato. Vai se discutir durante semanas a atitude inadequada do prefeito, mas duvido muito que a questão seja aprofundada ao que interessa: o que aconteceu na área do entrevero (onde houve um deslizamento que matou uma mulher e duas crianças) nunca vai ter solução, aparentemente. Sabe-se que essas áreas de risco existem. Por que se permite que sejam ocupadas? Por que já se sabe de antemão que em época de eleição as invasões de terra pipocam aqui e ali, algumas - dizem - manipuladas por políticos inecrupulosos, mas não se faz nada para prevenir o problema, exceto quando a floresta já foi devastada e uma nova favela aparece? 

O assunto envolve questões habitacionais, ambientais e sociais, no entanto nunca há solução ao problema que não seja arrumar casa para os invasores. Nunca houve profissionais gabaritados nas gestões municipais que pudessem encarar o problema de frente? Acho que é uma questão de boa vontade política, caso contrário não haveria situações exemplares em outros Estados. Recentemente, com as tragédias provocadas pela chuva no Rio de Janeiro, houve o caso de uma cidade (cujo nome me foge agora) onde não houve mortes provocadas pelas alagações, pois o prefeito (salvo engano) organizou a evacuação prévia dos moradores. Isso é bom senso. Isso é ser competente. Isso é administrar de verdade.

Não estou tecendo críticas especificamente ao senhor Amazonino Mendes, e sim às administrações (inclusive as anteriores dele) que já passaram por Manaus e não resolveram problemas que se repetem agora e, se isso não mudar, irão se repetir mais adiante. Se há ocupações irregulares, é preciso uma política habitacional urgente. Não é fácil, claro, mas é hora de buscar uma solução a médio prazo. Não sei o que sugerir, pois mudar isso é obrigação de quem foi eleito pela população e sua equipe. Tivesse eu conhecimento suficiente para indicar o caminho das pedras, certamente o faria.

Invasões acontecem porque a administração pública permite. Por medo de serem chamados de tiranos (ou, de modo mais escuso, garantir simpatia e votos), os administradores deixam acontecer e ainda premiam os invasores com urbanização da área invadida (e o meio ambiente que se f...). Onde isso vai parar?

Ultimamente, quando falam mal de Manaus por conta do comportamento da população, me limito a ficar calado, engolindo, porque vejo razão. Infelizmente, é assim. 

Fênix do Oriente/Compre da China recorre de sentença condenatória se fazendo de vítima

Ano passado, postei aqui um texto alertando para que ninguém caísse no conto do vigário do site Compre da China, da empresa Fênix do Oriente. Dois amigos meus foram vítimas dessa companhia pilantra, que vende produtos de qualidade duvidosa a preços baixos e tem o péssimo costume de não entregar o produto.

Um desses amigos entrou com uma ação no Juizado Especial Cível, requerendo R$ 10 mil por danos morais e mais a devolução do valor pago (na época, algo em torno de R$ 160). Infelizmente o processo caiu nas mãos de um juiz que, sabe-se à boca pequena, é detestado no Tribunal de Justiça do Amazonas por ter uma arrogância tão grande que tanto incomoda os usuários quanto esconde sua incompetência, e o resultado foi a condenação da Fênix/Compre da China a pagar... R$ 1.000. Deixando de lado a falta de tato do juiz, que sequer ouviu meu amigo (o que mostra o quanto tem juiz que acha que seu papel é ser arrogante e autoritário), pelo menos foi algum resultado de uma batalha que dura mais de um ano.

Agora, descubro que os advogados dessa empresinha de meia pataca entraram com recurso para tentar diminuir o valor e ainda fazer com que meu amigo arque com os honorários. É uma tremenda sem vergonhice. E não digo isso apenas porque o problema afetou alguém do meu círculo de amizades. Coloquem as palavras "processos", "queixa", "Compre da China" e "Fênix do Oriente" que irão entender o ponto ao qual pretendo chegar. Há reclamações de norte a sul do país, a maioria relacionada a produtos não entregues ou que pifaram, tudo coroado com a súbita falta de contato com a tal empresa para pedir informações ou cobrar soluções. 

Essa empresa se esconde. Prova disso é que somente uma busca junto à Receita Federal permitiu que a Justiça localizasse os pilantras em outro endereço e em outra cidade do interior de São Paulo. Creio que isso já indica que possa ser obra de estelionatários. Li partes da petição do recurso dessa empresinha de meia pataca que deve lucrar milhões ludibriando consumidores em todo o país. Dá nojo. Tentam botar a moral deles lá em cima. Vamos ver se irão convencer a turma recursal. Só espero que os nobres magistrados tenham a iniciativa de pesquisas na internet para verem a realidade que é o golpe aplicado por esse falsários.

Para concluir, estou fazendo mais pesquisas sobre isso e vou sugerir aos meus dois amigos - e outras pessoas que eu já soube que foram vítimas da pilantragem - que busquem entrar com uma ação criminal contra essa empresinha. Assim pelo menos vamos tentar fazer esses pilantras provarem do próprio remédio.

VIAGEM: Cabaceiras, PB (06/04/2024)

Pela terceira vez viajei à Paraíba nas férias - e a primeira vez com meu marido Érico -, e essa foi a oportunidade de realizar um sonho, alé...