O Ceará não tem só praias deslumbrantes. No sertão, tem muitas atrações imperdíveis para quem gosta de natureza e turismo religioso. Em maio passado, finalmente conheci Quixadá, cidade que fica cerca de três horas ao sul de Fortaleza. Sempre tive vontade de conhecer a terra dos monólitos, formações rochosas que cercam a cidade produzindo vistas sensacionais. A chance veio agora, numa viagem com meus amigos e compadres Renilton e Clíssia Alcântara.
Fomos de Fortaleza (onde havíamos chegado na manhã do dia 27 de abril, vindos de Manaus) para Quixadá no dia 2 de maio. Como nosso roteiro estava apertado até o dia 11, só ficamos lá até dia 4 de maio, não dando tempo para explorar as localidades ao redor da cidade. Mas foi uma ótima experiência. Amei cada minuto que passei em Quixadá. A cidade tem perto de 90 mil habitantes, é bem movimentada, com comércio forte e o turismo, sinceramente falando, ainda bem falho na questão de divulgação. Prova disso é que não achei nada de informações sobre passeios turísticos simples. Havia mais sobre o turismo de aventura, aquele onde se pula de paraquedas e se faz escaladas. Definitivamente, não era praia para três quarentões a fim de relaxar.
Uma certa dificuldade foi achar hospedagem adequada ao nosso bolso. Pelo que vi, os dois principais hoteis são o Monólitos e o Cedro Palace, ambos adequadamente localizados nas proximidades da rodoviária de Quixadá. Optei pelo Cedro, após me decepcionar com a falta de comunicação e de tato da equipe do Monólitos (e-mails não respondidos com informações solicitadas). Foi a melhor escolha. Simples e muito aconchegante, o Cedros fica em uma área tranquila, perto de restaurantes, apesar de um pouco distante de diversões noturnas, mas local de acesso fácil às principais atrações turísticas de Quixadá. Sem contar a educação e a disposição dos funcionários em nos atender bem. Todos muito simpáticos. E foi graças a um deles que descobrimos André, nosso guia nessa aventura. Mas logo chego nessa parte.
Voltando à chegada a Quixadá: da rodoviária de Fortaleza saem ônibus frequentes da Fretcar rumo à cidade, em uma viagem que varia de três a três horas e meia (o mau estado da rodovia BR-122 em alguns trechos contribuiu para a demora dessa vez). Pegamos o das 9h, e chegamos à cidade às 12h30. Depois de nos instalarmos no Cedro Palace, fomos em busca de comida. Por sorte, perto do hotel achamos um restaurante simples num galpão, com comida caseira muito boa e barata - cada prato saiu por 10 reais, sem peso e com duas opções de prato principal (carne, frango ou outra opção).
Vencida a fome, começamos nossa aventura andando pelo Centro de Quixadá para "reconhecimento de terreno" (sempre uso essa expressão quando vou pela primeira vez a um local). Comércio bem agitado, bastante calor (desde que havíamos chegado ao Ceará quase todo dia choveu, mesmo rapidamente, então o sol era muito bem vindo) e monólitos visíveis pela cidade. Aproveitamos para conhecer o famoso Chalé na Pedra, uma bela casa erguida sobre um monólito, ao lado do Centro Cultural Rachel de Queiroz. Não pudemos subir a escadaria. Estava fechado o acesso. Acabamos nos limitando a ficar pela praça. Como estávamos muito cansados de caminhar, fizemos os devidos registros fotográficos, inclusive com a estátua de Rachel de Queiroz, instalada em um banco ao lado do monólito da casa - similar à que tem na Praça dos Leões, no Centro de Fortaleza -, e seguimos de volta ao hotel para descansar e, mais tarde, conhecer a vida noturna de Quixadá - pacata, mas com boas opções. A nossa foi o Friends Lounge Bar, com cervejinha bem gelada e petiscos deliciosos! A cidade é super tranquila à noite, tanto que fomos e voltamos a pé (lá não existe Uber ainda, táxis só fazem corridas especiais e o serviço de transporte mais comum é o mototáxi), numa caminhada de pelo menos dez minutos.
No dia seguinte, graças a uma conversa de meu amigo Renilton com o rapaz da recepção do Cedro, já tínhamos guia e passeio garantido: André, que nos cobrou 50 reais por pessoa para nos levar aos pontos turísticos mais distantes do centro urbano. Gente boa, muito atencioso e conhecedor de Quixadá, nos levou ao primeiro destino: Santuário de Nossa Senhora Imaculada Rainha do Sertão. Lá no ponto mais alto do morro temos uma visão espetacular da região de Quixadá, e de lá os aventureiros fazem saltos de paraquedas, voo livre e outras estripulias que nunca curti, mas admiro. A própria igreja é uma estrutura muito bonita, e o local possui também refeitório e lojinha. Na subida até o templo, vimos diversas estátuas representando as estações da Via Sacra, além de uma gruta onde os devotos católicos colocam pedidos de graças a Nossa Senhora.
Depois desse primeiro e delicioso passeio, a segunda parada foi o Açude do Cedro, onde fica a famosa pedra da Galinha Choca, um monólito que se assemelha realmente a uma galinha chocadeira. O local é impressionante por conta das formações rochosas - uma delas, a Pedra Faladeira, possui um vão por baixo, onde os visitantes passam. É um espetáculo incrível da natureza. Passeando pela barragem podemos ver toda a extensão do açude, no qual se pode tomar banho (pena que não sabíamos, ou teríamos nos preparado). As fotos mostram como o local é digno de uma visita.
O final do passeio foi o almoço no restaurante do senhor Orlean, dica do próprio André. Um senhor simples, cujo restaurante fica na estrada de acesso ao açude. Comida deliciosa e com bom preço, claro! Como o passeio naquele calor foi bem cansativo, tiramos a tarde para descansar no hotel e, à noite, voltamos ao Friends Lounge para despedida de Quixadá. Na manhã seguinte, partíamos de volta para Fortaleza para curtirmos o restante do roteiro de viagem.
Para quem curtiu o relato e quer conhecer Quixadá, abaixo passo os nossos contatos:
Cedro Palace Hotel - (88) 99737-5533 (Whatsapp), site www.hotelcedropalace.com.br
André (guia) - (88) 99665-1798 (Whatsapp)
E boa viagem ao sertão cearense!!!!!