quarta-feira, 21 de julho de 2010

Nunca é tarde para Parintins!


Pela segunda vez fui a Parintins para o festival folclórico a passeio, já que das duas vezes anteriores fui a trabalho. Desta feita, pude descobrir um lado turístico que ainda não havia visto: passeio na torre da catedral de Nossa Senhora do Carmo, ao longo da orla, áreas históricas, lancha ao redor da Ilha... Enfim, vi outra Parintins, bonita, quente e divertida, que vai além das três noites de festa no Bumbódromo.
Como tudo tem um porém, pude avaliar melhor a situação da cidade nesse período. Em frente à catedral, principal ponto de encontro, os chafarizes estão secos, sujos e pichados. Nem se deram o trabalho de maquiar. Na Praça Digital, tem uma rachadura enorme de uma ponta a outra, que lembra, sem exagero, aquelas do filme "2012". Será que agora a Ilha pode afundar, mesmo?
Há muitos danos nas principais vias da cidade que revelam descaso. Na rua onde fiquei hospedado, uma vala começava a se transformar em cratera. Não vi nem uma pintura decente nos canteiros centrais. Foi de dar pena!
Mas pior mesmo foi o comportamento de muitos visitantes. Existe uma mania terrível de se achar que na terra dos outros só tem gente tapada e manipulável. Para os homens, principalmente, as mulheres de Parintins parecem ser meros receptáculos de esperma. Vi coisas assim, e não foi somente agora. Os que levam motos e carros fazem arruaças incríveis, nem respeitam mesmo a catedral, botando em volume altíssimo aquelas músicas que transformam mulheres em objetos e se resumem a uma única estrofe que nos faz imaginar o quanto seu autor deve ter quebrado a cabeça e queimado os tão promissores neurônios para criar. Em trajes sumários, fazem aquelas coreografias indescritíveis que acham o máximo em frente aos templos, sem respeitar nem famílias que passam por ali. Não são parintinenses. O povo de lá ainda é pacato, educado, atencioso. Esses visitantes agem como invasores, não como turistas.
Falando em respeito, o que me deixou mais abismado foi a transformação do cemitério da cidade em banheiro público. E havia banheiros químicos. O portão lateral ficou aberto durante as três noites, com homens e mulheres urinando - e talvez fazendo sabe-se lá o quê além das necessidades fisiológicas - sobre as sepulturas. Alguém ainda vai mijar sobre as suas, papudos!
Poderia me estender mais e mais, no entanto a carapuça eventualmente vai cair na cabeça de alguém que irá me xingar, me chamar de careta e quadrado, só para citar os termos mais gentis. Mas não poderia deixar de escrever sobre isso. Não o fiz logo em razão de assuntos familiares que me tomaram tempo e outras questões. Faço agora como um alerta para uma situação triste naquela longínqua e bela cidade, com um evento fantástico, pois nunca é tarde para Parintins. Este ano senti que havia menos gente que em 2008, quando fui lá anteriormente. Culpa da Copa do Mundo, talvez. Assim espero, porque é hora de despertar!

Perigo na pista

Há alguns dias, um amigo meu, acompanhado do filho, voltava de carro da zona norte para a zona sul de Manaus. Era quase meia-noite, quando nas proximidades da antiga Bola da Suframa, viram uma espécie de sombra na pista, o que poderia ser marcas de asfalto colocado ali recentemente. Meu amigo prosseguiu e, ao aproximar-se, viu que eram - pasmem - dois pneus jogados no meio da pista! Não houve tempo de desacelerar nem frear, e ele passou por cima dos objetos, o que causou uma pequena avaria na parte inferior do veículo. Apesar do tremendo susto, ninguém se machucou e ele prosseguiu viagem.
Agora, fica o alerta: certamente, aquilo foi obra de vândalos ou marginais - ou a combinação de ambos, já que essa espécie nociva insiste em se multiplicar. O golpe/ Bom, você vê ao longe essa mancha escura, desacelera achando que pode ser uma lombada, um corpo estendido no asfalto, ou até mesmo um pneu e... BINGO! Aparecem os vagabundos com armas na mão, ameaçadores, mandam entregar tudo, inclusive o seu carro. Tudo extremamente premeditado. E onde está a polícia que deveria fazer a ronda naquela área? Não aparece!
Fica aqui o protesto por mais segurança! Somos cidadãos honestos que não podem deixar seus bens conquistados com tanto esforço serem levados por uma cambada de vagabundos (sim, e sem essa de culpa da falta de educação, de oportunidades, porque a maioria nasce predisposta a fazer o mal aos outros). Os patifes estão por aí, leves e soltos, e não são ladrões de galinha. São traficantes, marginais "da gema", que parecem invisíveis aos olhos das autoridades. Agora, vai você, cidadão de bem, reclamar de seus direitos... É xaxado na certa!

Os reis do asfalto e suas lambanças no trânsito

Depois de uma observação no trânsito de Manaus, posso arriscar dizer, sem medo de ser feliz, que de cada 10 taxistas, somente 2 são motoristas de verdade. Nessa proporção, o restante se encaixa naquele grupo que parece ter comprado habilitação ou tirado-a pela internet.
Vejamos o que observei durante duas semanas, no que se refere a boa parte dos taxistas:
1) Eles acreditam piamente que os demais motoristas têm habilidades telepáticas para adivinhar seus movimentos, pois nunca dão sinal que irão parar ou virar para a direita ou esquerda. E ai de você que buzine ou reclame. A gangue só falta espancá-lo (sim, porque mexa com um e aparece uma cambada tão rápido que parece que brotaram do chão).
2) São os proprietários das ruas, pois não param no acostamento para os passageiros entrarem (sobretudo os táxis-lotação), ou tomam sua preferência. E você que se dane se reclamar.
3) Fecham entradas de ruas para deixar passageiros, não dando a mínima para o fato de você precisar entrar na via.
4) Além de se acharem Os Motoristas, ainda querem mostrar para todo mundo que são exímios caçadores de jacaré, de tanto jogarem luz alta nos outros sem necessidade alguma.
Não generalizo, mas infelizmente os maus taxistas são maioria. Há ainda os que tratam mal o passageiro, principalmente por causa de troco. São os reis do asfalto e suas lambanças incríveis! A lista pode ser mais longa, se me ajudarem a aumentá-la.
E ainda querem que Manaus seja subsede da Copa de 2014. No passo em que estamos, com esse chafurdo que se formou em nosso trânsito, vai ser uma humilhação em nível internacional! E não é "menas" verdade!

O princípio...


O ano chega à metade e a vida está bem agitada. Em janeiro, meu pai, padecendo de mal de Alzheimmer, teve um AVC, ficou seis meses em tratamento, com crises constantes, acompanhado por nós. Nada lhe faltou até nos deixar no último dia 11 de julho, aos 85 anos, uma semana após um segundo AVC que lhe foi fatal. Não foi uma vida em vão: 9 filhos, 18 netos e 3 bisnetos seguem uma vida de honestidade, uma história iniciada ainda no interior do Ceará, na década de 1940, de onde ele veio com minha mãe para este Amazonas, viveu em comunidade ribeirinha, conseguiu uma casa no antigo beco do Macedo, nos criou junto com dona Rosa com dificuldades, mas sem descambar para a criminalidade, no que foi seguido por todos nós. Seu Chico deixa saudades, principalmente na dona Rosa, companheira de quase 61 anos de união.

É a vida, claro. A morte é nossa única certeza. Eu me preparei desde o final do ano passado, quando vi essa doença terrível dominar meu pai aos poucos e confessei a uma amiga que sentia que aquele era o último Natal e o derradeiro reveillon na companhia de seu Chico. Nos meus 37 anos vi partirem minha avó materna, duas jovens amigas, uma tia, o filhinho de uma amiga, para citar alguns... e pensei em como seria essa terrível sensação quando a morte chegasse mais pertinho. Não foi fácil, mas fomos fortes. Maior ainda foi a força da minha mãe, agora com 78 anos. Na foto, eles comemoravam 50 anos de casados, em 1999. É o tipo de casal em extinção nos dias de hoje! Um amor que começou no sertão nordestino e gerou bons frutos.
Acho justo o princípio do meu blog ser uma homenagem aos meus dois heróis! Obrigado a ambos pela minha vida!

VIAGEM: Cabaceiras, PB (06/04/2024)

Pela terceira vez viajei à Paraíba nas férias - e a primeira vez com meu marido Érico -, e essa foi a oportunidade de realizar um sonho, alé...