O ano chega à metade e a vida está bem agitada. Em janeiro, meu pai, padecendo de mal de Alzheimmer, teve um AVC, ficou seis meses em tratamento, com crises constantes, acompanhado por nós. Nada lhe faltou até nos deixar no último dia 11 de julho, aos 85 anos, uma semana após um segundo AVC que lhe foi fatal. Não foi uma vida em vão: 9 filhos, 18 netos e 3 bisnetos seguem uma vida de honestidade, uma história iniciada ainda no interior do Ceará, na década de 1940, de onde ele veio com minha mãe para este Amazonas, viveu em comunidade ribeirinha, conseguiu uma casa no antigo beco do Macedo, nos criou junto com dona Rosa com dificuldades, mas sem descambar para a criminalidade, no que foi seguido por todos nós. Seu Chico deixa saudades, principalmente na dona Rosa, companheira de quase 61 anos de união.
É a vida, claro. A morte é nossa única certeza. Eu me preparei desde o final do ano passado, quando vi essa doença terrível dominar meu pai aos poucos e confessei a uma amiga que sentia que aquele era o último Natal e o derradeiro reveillon na companhia de seu Chico. Nos meus 37 anos vi partirem minha avó materna, duas jovens amigas, uma tia, o filhinho de uma amiga, para citar alguns... e pensei em como seria essa terrível sensação quando a morte chegasse mais pertinho. Não foi fácil, mas fomos fortes. Maior ainda foi a força da minha mãe, agora com 78 anos. Na foto, eles comemoravam 50 anos de casados, em 1999. É o tipo de casal em extinção nos dias de hoje! Um amor que começou no sertão nordestino e gerou bons frutos.
Acho justo o princípio do meu blog ser uma homenagem aos meus dois heróis! Obrigado a ambos pela minha vida!
Lindo texto César, pode ter a certeza que seu pai foi um homem corajoso e abençoado.
ResponderExcluirForça amigo
Bjos
Jacqueline Nascimento