Li no Facebook alguns posts do colega jornalista Cláudio Barboza sobre suas andanças em Belo Horizonte, enaltecendo algumas características da capital mineira de nos fazer inveja. Só para citar uma deveras importante: ruas sem buracos.
Belo Horizonte tem quase 4 milhões de habitantes. A população de Manaus, oficialmente, é quase metade disso. Não conheço Belô ou Belzonte, como é chamada carinhosamente, mas depois do que o Cláudio escreveu, é uma cidade que está na lista das 15 cidades brasileiras que devo conhecer antes de morrer (é, a onda agora é fazer essas listas "pré morten").
Voltemos a Manaus. Capital mais populosa da Região Norte (e da Amazônia Legal), bons indicadores industriais, (ainda) futura subsede da Copa do Mundo de 2014, importante polo industrial, uma verdadeira clareira de concreto na selva, algo que teoricamente implicaria em um excelente polo turístico da grife Amazônia. É uma teoria que ainda não avançou muito, devo acrescentar.
Muitas ruas são esburacadas, o sistema viário é sofrível, o trânsito é caótico (também por culpa dos péssimos motoristas que temos, e não são poucos) e o sistema de transporte coletivo é tão ridículo que, sinceramente, propor rodízio de veiculos é uma proposta completamente inviável. Constroem viadutos que logo se mostram inúteis, pois agilizam o tráfego em um ponto para torná-lo absurdamente lento mais adiante. Os pedestres sofrem, porque mesmo com a implantação das faixas para travessia, precisam se arriscar a serem atropelados por motoristas que parecem ter comprado a habilitação pela internet, porque não respeitam a faixa, param sobre ela, estacionam em lugares proibidos, trancam garagens e vagas de estacionamento (como na foto do post) e assim por diante.
Campanhas e mais campanhas são feitas, mas não vejo resultados. Volto a defender uma solução mais radical, repressiva mesmo, porque nem mesmo direcionar esses trabalhos para as crianças pode resolver isso no futuro. Exemplo: um dia desses, caminhando para o trabalho, passei pela rua Natal, em Adrianópolis, uma via de acesso mais rápido ao Fórum Henoch Reis. É uma rua de mão única, sentido avenida Umberto Calderaro - avenida Mário Ypiranga. Ali há também uma entrada para uma escola infantil, então muitos pais deixam suas crianças ali. Pois nesse dia, vi estupefato um senhor entrar pela contramão para deixar seus dois meninos, por pura preguiça de pegar o devido retorno mais adiante e seguir pela rua Natal pelo modo correto. Aí eu penso que tipo de exemplo aquele homem (não posso chamá-lo de cidadão) está dando para as duas crianças. Talvez em uma aula sobre educação no trânsito elas contradigam a professora quando o assunto for cuidados nas avenidas e ruas de mão única. Se o dito elemento tivesse sido parado, multado e até mesmo preso, creio que essas crianças veriam a magnitude da irregularidade cometida pelo pai. O mau exemplo dado pelos pais fica inculcado nesses pequenos representantes do nosso futuro.
Em se tratando da estrutura, dá vontade de chorar. Boa parte das ruas de Manaus ou tem buracos ou tem deformações no asfalto semelhantes a lombadas mal feitas. Não há carro que aguente. O início da avenida São Jorge, no bairro de mesmo nome, é um exemplo desse último caso. Você passa por ali com a impressão que está numa lancha que pegou um banzeiro. Vemos tapa buraco por todo lado, mas é um serviço inútil, como veremos mais adiante quando a cratera ressurgir.
Nunca investi um tostão nos meus quase 25 anos de trabalho para comprar um carro, porque nunca consegui aprender a dirigir. Vendo tanta barbeiragem, tanta imbecilidade na atitude dos motoristas em um sistema viário pobre, acabei criando um bloqueio. Não que eu precise atualmente, pois praticamente moro ao lado do meu trabalho, não sou de baladas e só quero sossego. Como já disse a um amigo meu, se eu dirigisse em Manaus, ou morreria de ataque cardíaco ou seria preso, porque minha tolerância com gente mal educada, oportunista e sem consciência já foi extinta há eras! Quando estou de carona, meus amigos percebem minha tensão permanente, só aliviada quando chego ao meu destino.
Eu me pergunto: por que isso ainda acontece? Por que as campanhas não dão resultado? Por que, a cada administração, o problema do trânsito como um todo nunca é solucionado? Por que a cidade parece ter mais carros do que gente atualmente mas isso não é levado em consideração para tentar mudar o panorama do sistema de transporte público? Como seremos vistos se essas coisas permanecerem assim até a Copa de 2014? E estou falando apenas de trânsito e sistema viário... Só isso basta para tentarmos descobrir onde Manaus errou.
Belo Horizonte tem quase 4 milhões de habitantes. A população de Manaus, oficialmente, é quase metade disso. Não conheço Belô ou Belzonte, como é chamada carinhosamente, mas depois do que o Cláudio escreveu, é uma cidade que está na lista das 15 cidades brasileiras que devo conhecer antes de morrer (é, a onda agora é fazer essas listas "pré morten").
Voltemos a Manaus. Capital mais populosa da Região Norte (e da Amazônia Legal), bons indicadores industriais, (ainda) futura subsede da Copa do Mundo de 2014, importante polo industrial, uma verdadeira clareira de concreto na selva, algo que teoricamente implicaria em um excelente polo turístico da grife Amazônia. É uma teoria que ainda não avançou muito, devo acrescentar.
Muitas ruas são esburacadas, o sistema viário é sofrível, o trânsito é caótico (também por culpa dos péssimos motoristas que temos, e não são poucos) e o sistema de transporte coletivo é tão ridículo que, sinceramente, propor rodízio de veiculos é uma proposta completamente inviável. Constroem viadutos que logo se mostram inúteis, pois agilizam o tráfego em um ponto para torná-lo absurdamente lento mais adiante. Os pedestres sofrem, porque mesmo com a implantação das faixas para travessia, precisam se arriscar a serem atropelados por motoristas que parecem ter comprado a habilitação pela internet, porque não respeitam a faixa, param sobre ela, estacionam em lugares proibidos, trancam garagens e vagas de estacionamento (como na foto do post) e assim por diante.
Campanhas e mais campanhas são feitas, mas não vejo resultados. Volto a defender uma solução mais radical, repressiva mesmo, porque nem mesmo direcionar esses trabalhos para as crianças pode resolver isso no futuro. Exemplo: um dia desses, caminhando para o trabalho, passei pela rua Natal, em Adrianópolis, uma via de acesso mais rápido ao Fórum Henoch Reis. É uma rua de mão única, sentido avenida Umberto Calderaro - avenida Mário Ypiranga. Ali há também uma entrada para uma escola infantil, então muitos pais deixam suas crianças ali. Pois nesse dia, vi estupefato um senhor entrar pela contramão para deixar seus dois meninos, por pura preguiça de pegar o devido retorno mais adiante e seguir pela rua Natal pelo modo correto. Aí eu penso que tipo de exemplo aquele homem (não posso chamá-lo de cidadão) está dando para as duas crianças. Talvez em uma aula sobre educação no trânsito elas contradigam a professora quando o assunto for cuidados nas avenidas e ruas de mão única. Se o dito elemento tivesse sido parado, multado e até mesmo preso, creio que essas crianças veriam a magnitude da irregularidade cometida pelo pai. O mau exemplo dado pelos pais fica inculcado nesses pequenos representantes do nosso futuro.
Em se tratando da estrutura, dá vontade de chorar. Boa parte das ruas de Manaus ou tem buracos ou tem deformações no asfalto semelhantes a lombadas mal feitas. Não há carro que aguente. O início da avenida São Jorge, no bairro de mesmo nome, é um exemplo desse último caso. Você passa por ali com a impressão que está numa lancha que pegou um banzeiro. Vemos tapa buraco por todo lado, mas é um serviço inútil, como veremos mais adiante quando a cratera ressurgir.
Nunca investi um tostão nos meus quase 25 anos de trabalho para comprar um carro, porque nunca consegui aprender a dirigir. Vendo tanta barbeiragem, tanta imbecilidade na atitude dos motoristas em um sistema viário pobre, acabei criando um bloqueio. Não que eu precise atualmente, pois praticamente moro ao lado do meu trabalho, não sou de baladas e só quero sossego. Como já disse a um amigo meu, se eu dirigisse em Manaus, ou morreria de ataque cardíaco ou seria preso, porque minha tolerância com gente mal educada, oportunista e sem consciência já foi extinta há eras! Quando estou de carona, meus amigos percebem minha tensão permanente, só aliviada quando chego ao meu destino.
Eu me pergunto: por que isso ainda acontece? Por que as campanhas não dão resultado? Por que, a cada administração, o problema do trânsito como um todo nunca é solucionado? Por que a cidade parece ter mais carros do que gente atualmente mas isso não é levado em consideração para tentar mudar o panorama do sistema de transporte público? Como seremos vistos se essas coisas permanecerem assim até a Copa de 2014? E estou falando apenas de trânsito e sistema viário... Só isso basta para tentarmos descobrir onde Manaus errou.