A família Fisher: Claire, Nate, Ruth e David |
Exibida de 2001 a 2005 na HBO, a série "A sete
palmos" (Six Feet Under), criada pelo roteirista Alan Ball, para mim foi
um marco até agora insuperável entre as séries dramáticas estrangeiras exibidas
no Brasil. Em cinco temporadas, muito drama com doses de humor negro marcaram a
saga da família Fisher, donos da Funerária Fisher & Sons. Ruth (Frances Conroy), a mãe, e os
filhos David (Michael C. Hall), Nate (Peter Krause) e Claire (Lauren Ambrose), suas relações afetivas e amorosas complicadas a
partir da morte do patriarca, Nathaniel (Richard Jenkins) em um acidente de trânsito me
trouxeram uma visão bastante interessante sobre a efemeridade da vida e o
impacto da morte.
Keith e David Fisher |
Logo no primeiro episódio, descobrimos que Ruth tinha um
amante, e apesar da consciência pesada assume o romance após ficar viúva;
David, o filho do meio, é homossexual e tem uma relação conflituosa com o
policial Keith (Matthew St. Patrick) por ter medo de "sair do armário"; Nate, o filho mais
velho, vai visitar a família justamente no dia do acidente fatal do pai e acaba
aos poucos sendo pressionado para assumir os negócios com David; e Claire, a
adolescente rebelde típica, vive à margem da família, envolvendo-se em relacionamentos com pessoas tão complicadas quanto ela, como o viciado em drogas Gabriel Dimas (Eric Balfour, do remake de "O massacre da serra elétrica"), o sexualmente indefinido Russell (Ben Foster) e até mesmo a avançadinha Edie (Mena Suvari), com quem ensaia uma relação lésbica.
Nate e Brenda |
O interessante de "A sete palmos" é a
originalidade: cada episódio tem uma morte no início, e o finado, na maioria
das vezes, conversa com os personagens, aconselhando-os em seus conflitos. Nathaniel acompanha do além as peripécias da sua víuva e filhos, tendo diálogos reveladores com todos, sem perder o sarcasmo que passou a expressar indiscriminadamente após sua morte. Ao final de toda a história e conhecido o destino de cada um dos personagens, resta aquela sensação de que a vida vale muito a pena ser aproveitada ao máximo, pois o tempo é implacável.