sexta-feira, 13 de setembro de 2019

VIAGEM: De São Luís (MA) a Teresina (PI) em 13 dias – parte 3


Quando fiz minha penúltima viagem ao Ceará, em agosto do ano passado, conheci Camocim, logo depois de Jericoacoara e perto da fronteira com o Piauí, e bem perto de Parnaíba, cidade próxima à costa marítima piauiense da qual eu já vira muitas e bonitas fotos. Na ocasião, por motivos diversos, não pude conhecê-la (fica a pouco mais de duas horas de carro de Camocim), então deixei para essa ocasião do meu tour Maranhão-Piauí.

Ao planejar minha estadia na cidade, escolhi a hospedagem meio que “no chute”: não conhecia nada, só por fotografias, e como meu destino seguinte seria Teresina, por ônibus, optei pela Pousada Rharas, a mais próxima da rodoviária (a escolha acabou sendo perfeita, tanto que dei nota 10 para tudo dela no Booking). O passo seguinte seriam os passeios, mas aí veio o primeiro temor: ao contrário de São Luís e Barreirinhas, em Parnaíba o atendimento das agências deixa a desejar. Como sempre quero deixar tudo esquematizado e, se possível, pago, entrei em contato com duas delas por e-mail e Whatsapp. Apenas uma me retornou, a Clip Ecoturismo. A outra, que nem vale a pena citar o nome, solenemente ignorou tanto meus e-mails quanto minhas mensagens (que foram lidas) pelo Whatsapp. Encontrei outras agências mas com valores altíssimos, e acabei abrindo mão de um dos meus locais visados para passeio: o parque arqueológico de Sete Cidades. Vai ficar para a próxima ida ao Piauí.

Enfim, no dia 27 de agosto, o transfer da Taguatur Turismo me apanhou no Hotel Rio Preguiças (caras, que falta sinto de lá!) pela manhã, e após embarcarmos no ônibus pegamos a estrada rumo a Parnaíba durante quatro horas e meia, com uma pequena parada para esticar as pernas, usar banheiro, fazer lanche etc. Conversei com a guia já perto da cidade sobre passeios. Ela me falou que aquele grupo iria mais tarde para a revoada dos guarás, um espetáculo que ocorre na região. Mas no final das contas não havia como eu ser encaixado, pois precisaria fazer o check-in na pousada, enquanto o grupo seguiria para um restaurante de onde partiriam para o passeio. Em minha obsessão por cumprir o roteiro exatamente como planejei, essa mudança não “colou”. Decidi ficar na pousada (fui um dos primeiros), me instalar e ir atrás de almoço (eram pouco mais de 14h quando cheguei).

Outra dica sensacional da guia da Taguatur: não há Uber em Parnaíba, mas há um aplicativo de transporte semelhante, o Ubiz Car. Foi o que salvou a pátria durante minha estadia na cidade. E foi como conheci a Dulcy, a melhor e mais bacana motorista de Parnaíba!

Atravessando a ponte sobre o rio Parnaíba, que marca a fronteira entre Maranhão e Piauí
 As garotas que trabalham na pousada foram uns amores em me indicar tudo, até mesmo onde procurar passeios. Mas algo havia acontecido ainda em São Luís que esqueci de relatar: um dos puxadores de minha mala quebrou, e não havia como deixá-la segura nem substituí-la. Como já estava bem debilitada, decidi comprar outra, e por isso na mesma tarde de minha chegada fui ao Centro de Parnaíba comprar – já usando o Ubiz Car. Mas, antes, fui à Clip Ecoturismo e comprei logo o passeio para o dia seguinte: a revoada dos guarás, à tarde. Um detalhe interessante: perto da Clip ficava o escritório da outra agência que me ignorou. Resolvi ir até lá ver se tinha passeio para a sexta, dia 30, para o delta do rio Parnaíba (a Clip só tinha para o sábado, quando eu já estaria a caminho de Teresina). O atendente, um sujeito com tanta boa vontade quanto um bicho preguiça, disse que havia um previsto para esse dia, mas aguardavam fechar o número mínimo de turistas. Ele anotou meu número para avisar caso fechasse tudo (e garantiu que fecharia). Aí fui embora, já certo de que seria de novo ignorado. Lá vem spoiler: foi exatamente o que aconteceu.






















Foi a oportunidade para conhecer a parte histórica de Parnaíba: o Porto das Barcas, onde antigamente eram transportadas mercadorias pelos braços do rio Parnaíba, reúne a produção de artesanato local e a vida noturna da cidade, mas não pude conhecer muito porque a maior parte está em obras de revitalização (eu soube depois que houve uma enchente que afetou aquela área este ano, por isso os trabalhos demoraram, pois muito do que havia sido feito foi estragado pelo transbordamento do rio). Mas pude comprar artesanatos (sou fanático por isso), conhecer vários prédios antigos (outra paixão), a praça da igreja de Nossa Senhora da Graça (uma beleza!) e tentar atravessar a ponte (pela passarela para pedestres, claro) que leva até Ilha Grande, sobre o braço do rio Parnaíba, de onde saem alguns dos passeios. Tentei tirar fotos do meio da ponte, mas não consegui chegar até lá: a murada é muito baixa e eu fiquei com receio de ter vertigem e me estatelar no meio do rio. Já imaginaram o desastre?

Depois desse passeio e de comprar a mala, voltei para a pousada. No Centro todos os locais para almoço estavam fechados (passava das 15h30), então retornei na esperança de achar algo para beliscar. Para resumir, só consegui comer algo num churrasquinho perto da hospedagem, comida barata e muito deliciosa (voltei lá outra noite para repetir). E dei por encerrado o primeiro dia em Parnaíba.

A REVOADA DOS GUARÁS

No dia seguinte, 28, saí novamente de manhã para visitar outros locais, me aventurar pelo Centro fotografando mais prédios antigos e achei outro local de artesanato, muito bacana, no mercado municipal do bairro Fátima, terminando para fotos no letreiro de Parnaíba e na bela igreja matriz de São Sebastião (tenho fascínio por igrejas antigas). Depois do almoço, voltei à pousada e esperei me apanharem para o passeio da revoada dos guarás, às 15h.

O passeio começa com nosso embarque (eu e mais dois casais) no porto dos Tatus, em Ilha Grande, ao lado de Parnaíba. Dali fomos apreciando a paisagem dos igarapés (algo bem semelhante ao que temos aqui no Amazonas) e florestas até as dunas da Ilha do Morro do Meio, ponto para banho e, claro, mais fotos. Ficamos ali por 45 minutos, até o sol começar a baixar. Nosso guia, então, condutor da lancha, nos avisou que iríamos embarcar e ir até a frente da Ilha dos Guarás, onde as aves, dali a alguns minutos, começariam a chegar para seu repouso.

Quando o sol começa a se por, os guarás – aves de penas bem vermelhas – começam a chegar timidamente, depois em grupos cada vez maiores, até colorirem o céu e, depois, tingir o verde de sua ilha. É um espetáculo lindo demais! Segundo o guia, aquilo se repete todos os dias naquele horário, pois a ilha é um refúgio das aves contra predadores e seu ponto de descanso. No dia seguinte, ao amanhecer, todas iriam voar para diversas direções. Acho que fiz umas 200 fotos e vídeos com meu celular, mas um problema no aparelho acabou fazendo eu perder quase tudo, exceto as que eu havia compartilhado no Instagram e foram para a nuvem. Menos mal.















Ficamos cerca de 40 minutos apreciando o espetáculo. Depois chegou a hora de partir e voltar ao porto dos Tatus, e de lá para nossas pousadas. Excelente fim do segundo dia em Parnaíba!

LUIS CORREA E PEDRA DO SAL

Eu havia decidido ir na quinta-feira passar o dia em Luis Correa, cidade litorânea a cerca de 30 minutos de ônibus de Parnaíba. Ao comentar meu plano com as recepcionistas da pousada (esses anjos!), elas me deram a dica: ir de Ubiz Car até a cidade, dando como destino a praia de Atalaia, e acertar com o motorista o retorno. E foi assim que conheci a Dulcy, que pegou meu chamado.

Ela me levou até a praia de Atalaia, e no caminho fomos conversando e ela já me dando dicas de onde ficar e o que conhecer. Fiquei no Carlitu´s, um dos melhores restaurantes da praia de Atalaia, e ela ficou de me apanhar às 14h para o novo destino indicado por ela: praia da Pedra do Sal!








Fiquei encantado com Atalaia! A praia é imensa, e felizmente, dado o período de baixa estação, havia poucas pessoas. Senti como se fosse um lugar apenas meu, onde pude deitar na areia e apreciar o céu, deixar minhas coisas na areia sem me preocupar com algum passante “distraído”, e comer uma comida deliciosa e de preço acessível (mas naquele esquema do petisco mais guarnição. Ali também a ganância não deixa fazerem pratos do cardápio para uma pessoa para não receberem metade do valor. Triste…).

Pelo que conheci de Luis Correa, a cidade tem um grande potencial ainda não aproveitado por ter uma parte do pequeno litoral do Piauí. Ela precisa de mais obras de infraestrutura, pois muitos dos bares da orla estão com aparência de abandono. Isso sem falar na falta de divulgação de tanto potencial.

Depois de muito aproveitar e me esbaldar, avisei Dulcy que estava pronto e ela já estava a caminho! Dali ela me deixou na praia da Pedra do Sal. Essa viagem demorou bem mais (acho que quase uma hora) pois ela fez questão de me mostrar outro local para onde ir no dia seguinte, caso a agência estúpida não me informasse nada sobre o passeio ao delta (e já sabem que não rolou mesmo): a lagoa do Portinho. Já chegaremos lá.

Na praia da Pedra do Sal, o cenário é lindo! Há uma enseada onde os pescadores trabalham, vários bares (nesse dia a maior parte estava fechada), uma praia de mar bem revolto (até tomei muito cuidado e não me demorei na água por conta disso) e as pedras que tornam o espetáculo maior: é lá que as ondas quebram com força quando a maré sobe e onde ficam os depósitos de sal quando a água acumulada evapora (daí o nome do lugar).









Quando deu 17h Dulcy foi me buscar (deu até para tomar duas Petras antes do horário combinado) e voltei para a pousada. A comida da noite foi iFood, onde descobri a Paulista Mega Burger, nova na cidade com hambúrgueres artesanais deliciosos! Foi meu jantar nas duas últimas noites em Parnaíba!

LAGOA DO PORTINHO

Na sexta-feira, 30, já conformado por ter sido ignorado pela agência escrota, esperei Dulcy para ir à Lagoa do Portinho. Há uma lenda sobre o local, segundo a qual o lago seria resultado das lágrimas de uma indígena que perdera seu amado e desaparecera na noite. No lugar há um restaurante, o restaurante do Luís, onde também há chalés para hospedagem.

A lagoa é um local tranquilo, e os preços do restaurante são bem justos. Fiquei lá quase a tarde toda, entrando na água tranquila, explorando as dunas onde encontrei outros lagos menores e registrando tudo em fotografias, claro.
















E assim terminou minha passagem por Parnaíba! Mesmo não seguindo o plano original (por conta da falta de tato da tal agência), tudo deu muito certo graças à Dulcy, com suas dicas e sua disposição em ser minha guia! Claro que a procurarei quando retornar lá ano que vem!!

Na manhã seguinte, ela me deixou na rodoviária. Começaria ali minha última etapa da viagem, rumo a Teresina. Até a próxima postagem!

Se ficou interessado em conhecer Parnaíba, ficam as dicas:

- para os passeios no delta, eles são oferecidos também em Barreirinhas, eu descobri. Vale fazer uma comparação de preços. Mas para outros passeios em Parnaíba, procurem a Clip Ecoturismo. Ignorem a outra (logo irão saber qual).
- Pousada Rharas (um pouco distante do Centro, mas numa área tranquila do bairro Rodoviária) – (86) 3323-0380 / 99983-1285, e-mail pousadarharas@hotmail.com, ou pode procurar no Booking

- Paulista Mega Burger – procurem seu instagram @paulistamega

- Dulcy Linhares, motorista do Ubiz Car – instagram @dulcylinhares. Whatsapp (86) 99407-8500
- Clip Ecoturismo – (86) 99978-5358

Dulcy, a motorista número UM de Parnaíba!!! Uma importante contribuição para minha passagem por Parnaíba

VIAGEM: Cabaceiras, PB (06/04/2024)

Pela terceira vez viajei à Paraíba nas férias - e a primeira vez com meu marido Érico -, e essa foi a oportunidade de realizar um sonho, alé...