sábado, 29 de janeiro de 2011

Apressados, arrogantes e extremamente burros


Esta cena eu flagrei na manhã de ontem ao ir para o trabalho de carona com minha irmã. Paramos na avenida Djalma Batista em frente ao Banco do Brasil para que ela pagasse uma conta no caixa eletrônico, por volta das 7h15. Foi então que um babaca, em vez de estacionar mais adiante, deixou o carro em plena calçada para ir ao Bradesco. Típico de motorista estúpido...

Esse tipo de coisa me assusta a ponto de eu até hoje não ter aprendido a dirigir e nem pensar em ter carro. Em uma cidade como Manaus (não sei se o mesmo acontece em outras cidades, mas eu chego a duvidar), o trânsito é uma avacalhação total por conta dos motoristas como esse espaçoso da foto (pena que não peguei a imagem do infeliz, pois minha irmã voltou ao carro e fomos embora). São apressados, arrogantes e extremamente burros porque demonstram não conhecer os sinais de trânsito (proibição de retornos, estacionamento não permitido e por aí vai). Se têm a atenção chamada, agem como crianças que fizeram danação. Se forem filhos de juiz, desembargador ou qualquer posto melhorzinho que o valha, é pior ainda. O trânsito em Manaus é uma selva terrível, assustadora, enervante, estressante, tudo o que pode haver de escroto em uma cidade com crescimento desordenado e onde dirigir acima da velocidade permitida dá status de poder a vagabundos que parece terem comprado sua habilitação ou tirado pela internet (como costumo dizer sarcasticamente).

Vejo muitas campanhas de educação no trânsito, mas não vejo resultados. Todos querem driblar as regras até mesmo sob o risco de ganhar multa e perder pontos na CNH. E o futuro? A criançada de hoje vê os pais que dirigem fazendo essas babaquices e toma como exemplo.

Acho que está na hora de radicalizar.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Péssimo exemplo de atendimento na terra das cachoeiras

Diferente dos outros anos, por razões orçamentárias, resolvi festejar meu aniversário de modo diferente: com três amigos, fomos para Presidente Figueiredo, a famosa terra das cachoeiras e do cupuaçu do Estado do Amazonas. Para mim, foi reencontrar as belezas naturais do município depois de ter posto os pés ali há 23 anos, ainda nos tempos do ensino médio, em uma excursão da escola.

Foi tudo perfeito nos locais onde passamos: o Parque do Urubuí com suas maravilhosas corredeiras e a Cachoeira da Asframa, que fica antes da entrada da cidade (R$ 20 por carro, um valor que vale a pena pagar para desfrutar tanta beleza!). Aí chega a hora do almoço: por sugestão de uma amiga, vamos à Churrascaria Paulistana. Local simples mas bem arrumadinho, bacana. No balcão do bar, umas dez plaquinhas da marca Visa. Logo, deduzimos, poderemos usar nossos cartões (detesto andar com dinheiro além do necessário, portanto meu negócio é usar o cartão de débito).

Começam os problemas no atendimento: o garçom anota nossos pedidos (uma matrinxã recheada e carne de carneiro), pedimos um guaraná de 1,5 litro e uma cerveja para nossa amiga. Um dos amigos pede que o garçom traga gelo. Muitos (e muitos mesmo) minutos e dois lembretes ("ei, ainda não trouxeram nosso gelo") depois, chega o gelo. A essa altura, havíamos terminado o guaraná. Pedimos outro, de 2 litros.

Chega a comida - a matrinxã veio simples, sem ser recheada. Minha amiga reclama ao garçom, que se desculpa, então, para compensar, ela pede outra porção de guarnição e cobra a macaxeira que não veio. Quanto ao carneiro, veio uma porção bacana, com duas costelas. É aí que constatamos: uma costela tem carne e gordura, a outra tem SOMENTE gordura. Mais uma reclamação. O garçom sai tentando disfarçar o aborrecimento, sem sucesso, após dizer que seria providenciada outra porção da carne do carneiro.

Enquanto a nova porção não chega, vamos comendo o que há - ah, e nada do outro refrigerante chegar, enquanto o gelo que demorou tanto está quase todo derretido (mas chegou antes que só ficasse a água no recipiente). A carne chega, saborosa, finalmente. Aborrecidos, pero satisfeitos.

Aí vem a parte que coroa toda a história: o pagamento. Eu tenho cartão de débito para pagar metade da conta, pois o dinheiro que trouxe também será para comprar algo emergencial durante o passeio, talvez na estrada. A outra metade pagarei em espécie. Minha amiga vai ajudar com uma parcela no cartão de crédito. Aí lá vem o garçom: a máquina do Visa não funciona, só aceitam Mastercard.

E agora? O dilema perdurou por pelo menos uns dez minutos: será que não conseguem usar a máquina do restaurante vizinho? Tem como usar outra máquina? Papo vai, papo vem, como viram que não teria jeito e que corriam o risco de deixar o almoço de graça para nós, trouxeram a máquina que, supunha-se, só funcionaria com Mastercard. Funcionou direitinho com o Visa. Tudo questão de tentar um pouco de boa vontade... Além do mais, se as máquinas não funcionavam, o correto seria colocar um aviso para os clientes terem ciência do problema. Assim, não teríamos perdido tempo ali...

Final feliz para nossa história, mas péssimo para a Churrascaria Paulistana. Ali não boto mais os pés quando voltar a Presidente Figueiredo, e faço questão de tornar isso público para ver se esse pessoal (e outros que possam agir da mesma maneira) cai na real e vê que o mau atendimento pode prejudicar seu negócio (e também prejudicar a cidade, que tem um potencial turístico incrível). Não só eles podem sair perdendo. Os moradores também...

domingo, 23 de janeiro de 2011

Madrugada dos loucos

Estou  no Morro da Liberdade, onde vim passar o fim de semana na casa de uns amigos. Aqui há um problema que não é exclusividade da área (mesmo onde moro tem esse tipo de gente), que senti na pele na madrugada de hoje.

Eram meia noite e meia e havíamos acabado de assistir um filme no DVD. Hora de dormir, claro. No entanto, a surpresa: o vizinho de trás simplesmente coloca o som em altíssimo volume - quase um hora da manhã. Providência? Chamar a polícia para advertir o cidadão, pois é caso de perturbação da ordem (e do sono alheio). Discamos 190. Explicada a situação ao atendente, ele transfere a responsabilidade para o Disque Denúncia da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, um 0800 que foi criado sabe Deus para quê, pois ninguém atendeu. E ficou por isso mesmo.

O cidadão permaneceu pelo menos até 1h30 com o som alto. Estava visivelmente embriagado, provavelmente drogado, pois meu amigo testemunhou vários lances estranhos naquela residência que fica nos fundos de seu terreno - infelizmente, perto demais de suas janelas. Então, o som diminuiu. Não sei se o desgraçado deve ter saido momentaneamente do "barato" em que estava e teve um lampejo de vergonha na cara, ou se foi a pedra que meu amigo, furioso, atirou no teto da casa dele. De qualquer modo, foi possível dormir, mas no momento em que escrevo estas linhas - são exatamente 9h26 - o barulho recomeçou (música de péssima qualidade, diga-se de passagem, bem ao estilo do tipo de gente que a ouve).

O interessante da coisa toda é que a polícia não cumpriu seu papel, tentando transferi-lo para terceiros - que também têm essa responsabilidade, claro. Mas policiais têm mais peso, mais moral em uma situação assim. Para que serve o 190 (e esse 0800, que parece só ter sido criado para situações em horário comercial)? Creio que é por conta disso que muitos problemas entre vizinhos terminam com muita dor de cabeça, porque não houve a intervenção de quem deveria auxiliar. A pedra no telhado poderia ter sido evitada, mas o plantão policial deveria ter coisas mais importantes para fazer, como tentar tirar uns trocos por aí, sabe Deus como... Se tivéssemos resolvido botar fogo na casa do elemento ou algo mais radical que uma pedra jogada no telhado, talvez tivessem aparecido, mas para proteger o vagabundo, claro.

Aqui é assim. Tem gente que só quer ter direito, mas esquece seu dever. Não sabem que a liberdade de cada um termina onde a do outro começa. Todos têm direito a ouvir sua música no volume que quiser, por mais podre que seja o estilo (gosto é que nem toba: cada um tem o seu), mas em horários apropriados. É tão difícil assim? O mundo é nosso, não é de um ou de outro, então a convivência pacífica e com respeito é uma regra imutável. Mas há pessoas, como esse cidadão louco, que parecem só terem noção do seu próprio umbigo - isso quando o conseguem enxergar através da névoa da embriaguez e das drogas.


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Coisas da vida e da morte

Décadas atrás, o jornal A Crítica publicava uma coluna chamada "Coisas da vida e da morte", de autoria de um jornalista cujo nome me foge agora. Eu gostava de ler aquelas histórias simples, algumas trágicas e outras divertidas, baseadas em personagens do cotidiano de Manaus.
A lembrança da coluna me voltou agora, com a conclusão de uma história iniciada em 1992. Seria um caso interessante para o jornalista fazer um daqueles contos, pelas proporções que tomou ou mesmo pelo rumo que poderia ter tomado.
Na semana passada, um ex-presidiário chamado Afonso Araújo de Almeida foi assassinado aos 40 anos com 13 facadas no bairro da Glória. Ele havia recebido liberdade condicional após ter sido condenado em 1993 pelo assassinato da estudante de Jornalismo Ana Délia Albuquerque Holanda, aos 24 anos, ocorrido em 25 de fevereiro de 1992. Na ocasião, a vítima e uma amiga estavam na praida da Ponta Negra, à noite, passeando quando foram abordadas pelo cidadão (policial militar à época) e mais um comparsa (cidadão comum), que lhes pediu uma carona. Na boa fé, ela concordou (quem imaginaria que a farda de um policial militar esconderia um criminoso?).
A partir daí, começou uma noite de terror. As duas jovens foram sequestradas, roubadas, estupradas e, com os braços amarrados para trás em seus próprios sutiãs, atiradas de um barranco para dentro do rio Negro. Para assegurar o assassinato, os dois criminosos atiraram pedras enormes sobre elas. Ana Délia acabou morrendo afogada. A amiga conseguiu se soltar e se esconder até que os assassinos foram embora. Assim ela conseguiu chegar ao condomínio Jardim das Américas, nas proximidades da praia da Ponta Negra, onde obteve ajuda.
Graças a isso, os dois criminosos foram identificados, presos e, por conta da comoção que o crime teve na época (Délia ia fazer o terceiro período de Jornalismo, era uma das mais inteligentes da nossa turma e tinha uma filha de 3 anos na época) e pela mobilização dos colegas de faculdade junto com a família das vítimas, em 1993 ambos foram condenados a 28 anos de prisão pelo latrocínio.
Com o tempo, o comparsa do ex-PM, Marcos, foi morto em uma rebelião no presídio em que estava cumprindo pena, há alguns anos. Mesmo tendo fugido da prisão três vezes, Afonso recebeu liberdade condicional em dezembro do ano passado. A história chegou ao fim com seu assassinato, na semana passada, pelas mãos de outro homem, provavelmente outro criminoso com quem talvez tivesse criado uma rixa (o jornal não deu esses detalhes).
É assim. Durante quase 19 anos a história causou comoção, revolta, teve sua justiça, foi esquecida e agora voltou à tona. Fico imaginando, hoje, como ela poderia ter sido diferente caso, naquela noite, os assassinos - um então policial militar e um desocupado - não tivessem escolhido roubar, estuprar e matar. Claro, Ana Délia estaria com 43 anos, talvez fosse uma boa jornalista ou radialista, ou mesmo pesquisadora, já que na época fazia parte de um grupo especial de estudo da Universidade Federal do Amazonas, e com certeza estaria satisfeita com seu papel de mãe com uma filha já maior de 21 anos. Isso todos sabem. O que eu imagino é como tal escolha acabou não somente com a vida dela (e da amiga, que ficou certamente traumatizada pelo estupro e por ter testemunhado um assassinato), mas com a dos próprios assassinos.
Quem entra no mundo do crime desse modo desde já assina uma sentença de morte. Vejo esses casos no tribunal em que trabalho. Vários ladrões acabam mortos por comparsas, boa parte deles jovens com menos de 25 anos. Fico pensando no que Afonso poderia ter sido se tivesse optado por uma vida honesta, trabalhando numa corporação onde até poderia crescer se houvesse esforço próprio. Estaria bem no seu casamento, com filhos e uma vida digna. Marcos, o comparsa, poderia ter conseguido um bom trabalho e estar vivo até hoje. Mas ambos foram movidos pela ganância e - por que não dizê-lo - uma inclinação para fazer o mal. Tornaram-se monstros por terem cedido a instintos irracionais.
Enfim, esse foi o epílogo. Que todos descansem em paz, agora. Todos nós. Afinal, são coisas da vida e da morte que poderiam ter sido mais uma história em uma coluna de jornal...

A dor e a delícia de ser jornalista...

Voltei, depois de um descanso nas ideias, festas de fim de ano e com as minhas férias do tribunal chegando ao fim. Nesse tempo, consegui um freela para a Revista PIM, para um anuário que será publicado no próximo mês. Quatro pautas interessantes me foram passadas na última terça-feira, 11. Até agora, não consegui fechar nenhuma matéria totalmente...
Em março farei um ano fora de uma redação de jornal, sem ter conseguido fazer um trabalho freela em 2010. Eu já havia esquecido como nós, jornalistas, temos uma dificuldade tão grande em obter informações quando o assunto é indústria e economia. Parece que há um medo inexplicável da fonte. Não dá realmente para entender.
Para exemplificar: uma das pautas é sobre responsabilidade social. Uma excelente fonte: Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam). Entrei em contato, pediram que eu enviasse as informações de que preciso por e-mail. Mais prático e mais ágil. Que engano... Não tive retorno até hoje, e o secretário da fonte apenas disse que também está aguardando as respostas para me passar. Essa foi a posição na última segunda-feira. Vamos ver qual vai ser a de hoje...
A maioria das empresas do Polo Industrial de Manaus possuem sua assessoria de imprensa fora do Estado. Por incrível que pareça, com poucas exceções, são esses colegas de além das nossas fronteiras que conseguem mais rápido facilitar o acesso às informações. Explico: há quase uma semana, também, aguardo retorno da Moto Honda, que tem assessoria local. E nada... Qual será a resposta de hoje? Sim, porque pedi da pessoa responsável um retorno, mas creio que meu e-mail provavelmente foi ignorado.
Mas, claro, há que se falar bem dos que deram retorno. Dou como exemplo o pessoal da assessoria da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), que sempre se preocupou em informar como estava o andamento da coleta das informações que pedi. Para eles, eu tiro o chapéu!
O e-mail é uma ferramenta importantissima para nosso trabalho, sobretudo por questões de tempo. Mas muitas empresas o ignoram. Das cinco companhias para as quais mandei, somente duas responderam. As demais... bom, creio que os responsáveis fiquem muito tempo fazendo coisas mais "importantes" na internet.
Quando eu era editor de Negócios e Serviços no Jornal do Commercio Amazonas, eu testemunhei a ira dos repórteres que ficavam dependendo dessas respostas, até mesmo passei por isso nas matérias que escrevi. Coisas da profissão... Mas, cada um sabe a dor e a delícia disso.

VIAGEM: Cabaceiras, PB (06/04/2024)

Pela terceira vez viajei à Paraíba nas férias - e a primeira vez com meu marido Érico -, e essa foi a oportunidade de realizar um sonho, alé...