domingo, 23 de janeiro de 2011

Madrugada dos loucos

Estou  no Morro da Liberdade, onde vim passar o fim de semana na casa de uns amigos. Aqui há um problema que não é exclusividade da área (mesmo onde moro tem esse tipo de gente), que senti na pele na madrugada de hoje.

Eram meia noite e meia e havíamos acabado de assistir um filme no DVD. Hora de dormir, claro. No entanto, a surpresa: o vizinho de trás simplesmente coloca o som em altíssimo volume - quase um hora da manhã. Providência? Chamar a polícia para advertir o cidadão, pois é caso de perturbação da ordem (e do sono alheio). Discamos 190. Explicada a situação ao atendente, ele transfere a responsabilidade para o Disque Denúncia da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, um 0800 que foi criado sabe Deus para quê, pois ninguém atendeu. E ficou por isso mesmo.

O cidadão permaneceu pelo menos até 1h30 com o som alto. Estava visivelmente embriagado, provavelmente drogado, pois meu amigo testemunhou vários lances estranhos naquela residência que fica nos fundos de seu terreno - infelizmente, perto demais de suas janelas. Então, o som diminuiu. Não sei se o desgraçado deve ter saido momentaneamente do "barato" em que estava e teve um lampejo de vergonha na cara, ou se foi a pedra que meu amigo, furioso, atirou no teto da casa dele. De qualquer modo, foi possível dormir, mas no momento em que escrevo estas linhas - são exatamente 9h26 - o barulho recomeçou (música de péssima qualidade, diga-se de passagem, bem ao estilo do tipo de gente que a ouve).

O interessante da coisa toda é que a polícia não cumpriu seu papel, tentando transferi-lo para terceiros - que também têm essa responsabilidade, claro. Mas policiais têm mais peso, mais moral em uma situação assim. Para que serve o 190 (e esse 0800, que parece só ter sido criado para situações em horário comercial)? Creio que é por conta disso que muitos problemas entre vizinhos terminam com muita dor de cabeça, porque não houve a intervenção de quem deveria auxiliar. A pedra no telhado poderia ter sido evitada, mas o plantão policial deveria ter coisas mais importantes para fazer, como tentar tirar uns trocos por aí, sabe Deus como... Se tivéssemos resolvido botar fogo na casa do elemento ou algo mais radical que uma pedra jogada no telhado, talvez tivessem aparecido, mas para proteger o vagabundo, claro.

Aqui é assim. Tem gente que só quer ter direito, mas esquece seu dever. Não sabem que a liberdade de cada um termina onde a do outro começa. Todos têm direito a ouvir sua música no volume que quiser, por mais podre que seja o estilo (gosto é que nem toba: cada um tem o seu), mas em horários apropriados. É tão difícil assim? O mundo é nosso, não é de um ou de outro, então a convivência pacífica e com respeito é uma regra imutável. Mas há pessoas, como esse cidadão louco, que parecem só terem noção do seu próprio umbigo - isso quando o conseguem enxergar através da névoa da embriaguez e das drogas.


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