É isso aí, gente, estou vendendo minhas coleções. Livros bem cuidados, alguns meio amarelinhos, mas inteiros! Vendo por R$ 10 cada um. Há títulos ligados a jornalismo (reportagens, entrevistas, manuais de redação), romances (Agatha Christie, Michael Crichton, Stephen King, Irving Wallace, Gabriel Garcia Márquez e outros autores), literatura brasileira (Érico Veríssimo, inclusive "O tempo e o vento", Jorge Amado, Rachel de Queiroz e outros), ensaios e estudos diversos. Os interessados podem entrar em contato comigo pelo e-mail cesarjornalista.manaus@gmail.com ou pelo MSN cesar_jornalista@hotmail.com, para passar mais informações.
Coisas do cotidiano de Manaus e do Amazonas, pequenas matérias, opiniões, comentários sobre cinema e televisão, livros, músicas, desabafos e histórias de vida de um jornalista e mais algumas coisitas de pouca ou nenhuma relevância!
quarta-feira, 28 de julho de 2010
O funeral do anti-heroi
Morreu Wallace Souza. Que descanse em paz e preste contas no outro lado e a Deus do que quer que realmente tenha feito de ruim neste mundo. Sentimentos à família, porque a morte é um momento sempre duro.
É isso. O anti-heroi se foi. O processo continua contra os vivos envolvidos em uma história sórdida de corrupção e crimes. Mas, como sempre, o pior dos elementos é santificado pela morte. Hoje de manhã, ao voltar da consulta pós-cirúrgica no Cedoa (que fica a apenas algumas quadras de minha casa), passei pelo beco do Amparo, já a alguns metros de minha rua, quando ouvi uma conversa interessante entre quatro senhores, sentados no meio fio do beco.
-O cara era um tremendo de um cachaceiro, aprontava tudo quando enchia a cara e agora virou santo porque morreu - vociferava um.
(Provavelmente estão falando do Wallace, pensei)
- Verdade! Uma vez ele chegou cheio da cachaça numa festa. Foi uma vergonha. Aquele senador era terrível - concordou outro.
(Senador? Mas Wallace era deputado! De quem estarão falando?)
- Mas ele não era senador, era deputado - retrucou outro, parece que lendo meus pensamentos.
- Não é o Wallace, estou falando daquele outro que morreu, o Jefferson Peres!
Confesso que essa me pegou de surpresa. Afastei-me e fiquei pensando na santificação a que me referi no início do post. Nunca conheci o senador Jefferson Peres, apenas o entrevistei uma vez, assim como não conheci Wallace Souza. Só tenho conhecimento das coisas pelo que sai na mídia, apesar de ter ouvido conversas de corredor na época em que ainda estava em redação.
De qualquer modo, a justiça dos homens pode até falhar, mas a de Deus... nunca!
Os olhos novos de César Augusto
Como descrever a sensação de liberdade que sinto depois de largar os óculos de lentes grossas após décadas de uso? Não é fácil, porque você se sente renascido, estranho, como que descobrindo o mundo novamente.
Nunca tive coragem de fazer a tal da cirurgia para correção de miopia. Quando o ímpeto surgiu pela primeira vez, em 2001, meu convênio com a Unimed não cobria. Diziam - pasmem - que acima de 7 graus era considerada cirurgia estética. Querer deixar de ver os borrões era questão estética? Francamente... Furioso, arquivei a ideia por vários anos, até que agora resolvi encarar a "parada" - e bancado pela Unimed, claro!
Qualquer intromissão no funcionamento do seu corpo gera tensão, por mais segura que lhe garantem ser a intervenção. Foi assim comigo e com quase todos os seres humanos que já se submeteram a uma sala de operações. Mesmo tenso, fui, vi tudo acontecer e saí de lá 99% perfeito em duas cirurgias (uma em cada olho, lógico). De mais de 7 graus de miopia e quase 2 de astigmatismo, sobraram meros 0,5 graus deste último - pelo menos no olho direito, como o médico já me adiantou. Na próxima terça saberei como ficará o outro (mas sei que um pouco maior).
Esses 99% de perfeição me colocaram entre os 10% dos pacientes que sofreram a intervenção mas permaneceram usando óculos com grau muito menor. Mesmo assim, valeu a pena. Quem sofre de miopia muito alta sabe como é o drama. Passei por várias situações vexatórias sem óculos, quando os quebrava: de dia, você distingue massas informes como seres humanos, mas é incapaz de ver o rosto a ponto de nem saber o sexo da pessoa; à noite, o pesadelo era maior. Ir ao cinema 3-D era pagar mico, pois colocar os óculos especiais por sobre os de grau era ridículo mas necessário, e infelizmente não ajudava no efeito esperado. Quando eu estava sem óculos, olhava mais para o chão, tanto por receio de pisar em algo estranho quanto para não passar por alguém conhecido e deixar de cumprimentar por não poder distinguir suas feições.
Agora, isso é passado. O astigmatismo que sobrou não compromete muito. Fiquei tão feliz de poder ler placas a uma certa distância sem precisar apertar os olhos que me senti como criança, sinceramente.
Para quem tem medo da cirurgia: não sentimos absolutamente nada e vemos quase todo o procedimento (menos quando o médico manda você olhar fixamente para a luz vermelha enquanto a cirurgia acontece). Leva menos de um minuto. O incômodo da lente provisória que é colocada some com o uso dos colírios prescritos. Volto ao trabalho na sexta-feira, para poder me adaptar novamente (ficar com um olho bom e outro míope foi uma experiência terrível, mas durou apenas três dias, intervalo entre as duas operações).
Então, se você sonha em ter, literalmente, uma nova visão de mundo, encare. Se não pela Unimed, pelo desembolso de módicos R$ 2.200 pela cirurgia (só não tenho certeza se o valor é para os dois olhos ou para cada um). Vai ou não encarar?
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Time break!
Mal comecei o blog e já vou ter que dar um rápido tempo na "iscrivinhação". Amanhã, às 7h, faço a primeira cirurgia para correção de miopia com o dr. Arnaldo Russo, no Cedoa. O outro olho deve ficar, acho, para a próxima terça-feira.
Em uma situação dessas, é normal ficar ansioso. Qualquer coisa que corte nosso corpo, de qualquer modo, gera apreensão. Sei que é uma cirurgia simples e rápida, mas sabe como é...
Quando fiz a consulta, o médico me avisou que iria perder minha visão para perto. Ou seja, continuaria usando óculos para isso. Mais fácil aguentar isso que ficar cego total, sem poder sair de casa, o que é típico de quem tem 8 graus de miopia! Acho que vai valer o sacrifício!
Enfim, nos próximos dias meu blog estará paradinho por recomendações médicas, mas logo voltarei! Espero que com somente 0,5 graus. Hehehehe!
Em uma situação dessas, é normal ficar ansioso. Qualquer coisa que corte nosso corpo, de qualquer modo, gera apreensão. Sei que é uma cirurgia simples e rápida, mas sabe como é...
Quando fiz a consulta, o médico me avisou que iria perder minha visão para perto. Ou seja, continuaria usando óculos para isso. Mais fácil aguentar isso que ficar cego total, sem poder sair de casa, o que é típico de quem tem 8 graus de miopia! Acho que vai valer o sacrifício!
Enfim, nos próximos dias meu blog estará paradinho por recomendações médicas, mas logo voltarei! Espero que com somente 0,5 graus. Hehehehe!
As tripas do Judiciário
Em outro post, citei que meu trabalho no Tribunal de Justiça do Amazonas merecia um texto à parte. É agora.
Sempre se falou da morosidade do Judiciário, que vai bem além das imposições de uma legislação que oferece todo tipo de chance e brecha para quem se envolver com a Justiça. Concursado há três anos, pude constatar o que de fato acontece nesse poder e qual a parcela de culpa de cada um – isso mesmo, porque ela só é jogada sobre magistrados e funcionários (é a velha história de ver o rabo comprido dos outros e não olhar para o seu).
Duvidam? Pois então, vejamos a culpa de cada um:
Juízes – para cada juiz sério, há pelo menos mais um preguiçoso, que quase não aparece no trabalho, cancela audiências sem razão alguma e até se esconde para não ser cobrado. Enquanto há os que se envolvem nos mutirões carcerários, tomam decisões que aceleram os processos e até sugerem iniciativas para otimizar o atendimento, existem os famosos “orelha de freira”. Ver um deles é uma surpresa tão grande, tão emocionante que é preciso fazer registro fotográfico para mostrar que, sim, ele existe!!!!
Advogados – não sei se por conta do excesso de trabalho ou por falta de organização mesmo, muitas vezes os advogados contribuem e muito para a lentidão dos processos. Um exemplo: todo advogado sabe que sua intimação acontece via Diário da Justiça Eletrônico, mas existem aqueles que dão uma de João-sem-braço, não aparecem nas audiências ou não atendem o chamado do juiz sob alegação de que não sabiam, porque não foram intimados. Resultado: o ato é remarcado ou o cliente precisa ser intimado por mandado para se manifestar. E dá-lhe mais tempo a se perder de vista! Santa paciência! Outro exemplo: o advogado renuncia ao mandado mas não comunica o cartório. Até o Judiciário saber disso, se perde mais tempo ainda! E a parcela de culpa dos respeitáveis doutores não é pouca...
Funcionários – sim, nossa parte de culpa existe! Muitos só veem o emprego cômodo e seguro e não se comprometem com a atividade – e que ninguém se atreva a discordar disso, porque é a mais pura verdade! Há os que só batem o ponto e desaparecem, ou simplesmente ficam lendo jornal, passeando pelos corredores ou passam horas conversando ou pendurados ao telefone. Certa vez, tive que entregar um documento em um cartório. Havia pelo menos sete pessoas no lugar, que se limitaram a me olhar e baixar os olhos para o que estavam fazendo. Por aí já se tira.
População – pode ser em menor parcela, mas a população tem, sim, culpa: quando não comparece ao ato sem justificativa, não atualiza seus dados, mesmo ciente de que isso é importante, deixa de comparecer deliberadamente para prejudicar a parte. Cada ato desse gera um procedimento cansativo e demorado que resulta em buscas de informações junto ao Tribunal Regional Eleitoral, Receita Federal, CDL-Manaus e outros órgãos. E geralmente esses órgãos parecem ter medo da modernização, pois mostram não conhecer a utilidade e agilidade de um instrumento de comunicação chamado E-MAIL (a não ser para receber, remeter e encaminhar piadas, correntes e similares). O virus burocrata é difícil de ser exterminado, infelizmente (isso merece um post exclusivo!).
Agora, pior que tudo isso junto é a falta de estrutura do Judiciário. O Conselho Nacional de Justiça, em todo o país, achou por bem aumentar em uma hora a carga de trabalho dos tribunais, como se isso resolvesse alguma coisa. Não mudou nada, exceto que o tribunal certamente tem aumento nas despesas com energia, água e telefonia, claro. E nós, funcionários, que temos um Plano de Cargos e Salários desde março de 2008, só tivemos aumento de trabalho sem a devida compensação financeira, o que está previsto ali no PCCS (Lei 3.226/2008, publicada no Diário Oficial do Estado de 04/03/2008, Caderno Poder Executivo, página 1), capítulo VII, Seção I, Artigo 26, inciso I e § 1º. Isso resultou num quiproquó em todo o Brasil, com greves pipocando aqui e ali, insatisfação geral, cobranças e, para coroar tudo, gente novamente entrando pela janela. Agora, arrisquem: essa determinação do CNJ deu resultado? Em caso positivo, me digam qual.
Enquanto isso, o TJA não tem carros suficientes para os oficiais de Justiça cumprirem suas tarefas (se bem que, salvo engano, eles recebem um auxílio financeiro para cobrir esse tipo de despesa), não está totalmente virtualizado (o que desmente várias matérias divulgadas pela assessoria sobre 100% de virtualização das varas criminais – pelo menos onde trabalho, isso não existe).
Estas são as tripas do Judiciário que ninguém conhece, ou conhece superficialmente. Há certamente mais coisas que provavelmente me esqueci de citar. Basta me lembrar para render outro post.
Sempre se falou da morosidade do Judiciário, que vai bem além das imposições de uma legislação que oferece todo tipo de chance e brecha para quem se envolver com a Justiça. Concursado há três anos, pude constatar o que de fato acontece nesse poder e qual a parcela de culpa de cada um – isso mesmo, porque ela só é jogada sobre magistrados e funcionários (é a velha história de ver o rabo comprido dos outros e não olhar para o seu).
Duvidam? Pois então, vejamos a culpa de cada um:
Juízes – para cada juiz sério, há pelo menos mais um preguiçoso, que quase não aparece no trabalho, cancela audiências sem razão alguma e até se esconde para não ser cobrado. Enquanto há os que se envolvem nos mutirões carcerários, tomam decisões que aceleram os processos e até sugerem iniciativas para otimizar o atendimento, existem os famosos “orelha de freira”. Ver um deles é uma surpresa tão grande, tão emocionante que é preciso fazer registro fotográfico para mostrar que, sim, ele existe!!!!
Advogados – não sei se por conta do excesso de trabalho ou por falta de organização mesmo, muitas vezes os advogados contribuem e muito para a lentidão dos processos. Um exemplo: todo advogado sabe que sua intimação acontece via Diário da Justiça Eletrônico, mas existem aqueles que dão uma de João-sem-braço, não aparecem nas audiências ou não atendem o chamado do juiz sob alegação de que não sabiam, porque não foram intimados. Resultado: o ato é remarcado ou o cliente precisa ser intimado por mandado para se manifestar. E dá-lhe mais tempo a se perder de vista! Santa paciência! Outro exemplo: o advogado renuncia ao mandado mas não comunica o cartório. Até o Judiciário saber disso, se perde mais tempo ainda! E a parcela de culpa dos respeitáveis doutores não é pouca...
Funcionários – sim, nossa parte de culpa existe! Muitos só veem o emprego cômodo e seguro e não se comprometem com a atividade – e que ninguém se atreva a discordar disso, porque é a mais pura verdade! Há os que só batem o ponto e desaparecem, ou simplesmente ficam lendo jornal, passeando pelos corredores ou passam horas conversando ou pendurados ao telefone. Certa vez, tive que entregar um documento em um cartório. Havia pelo menos sete pessoas no lugar, que se limitaram a me olhar e baixar os olhos para o que estavam fazendo. Por aí já se tira.
População – pode ser em menor parcela, mas a população tem, sim, culpa: quando não comparece ao ato sem justificativa, não atualiza seus dados, mesmo ciente de que isso é importante, deixa de comparecer deliberadamente para prejudicar a parte. Cada ato desse gera um procedimento cansativo e demorado que resulta em buscas de informações junto ao Tribunal Regional Eleitoral, Receita Federal, CDL-Manaus e outros órgãos. E geralmente esses órgãos parecem ter medo da modernização, pois mostram não conhecer a utilidade e agilidade de um instrumento de comunicação chamado E-MAIL (a não ser para receber, remeter e encaminhar piadas, correntes e similares). O virus burocrata é difícil de ser exterminado, infelizmente (isso merece um post exclusivo!).
Agora, pior que tudo isso junto é a falta de estrutura do Judiciário. O Conselho Nacional de Justiça, em todo o país, achou por bem aumentar em uma hora a carga de trabalho dos tribunais, como se isso resolvesse alguma coisa. Não mudou nada, exceto que o tribunal certamente tem aumento nas despesas com energia, água e telefonia, claro. E nós, funcionários, que temos um Plano de Cargos e Salários desde março de 2008, só tivemos aumento de trabalho sem a devida compensação financeira, o que está previsto ali no PCCS (Lei 3.226/2008, publicada no Diário Oficial do Estado de 04/03/2008, Caderno Poder Executivo, página 1), capítulo VII, Seção I, Artigo 26, inciso I e § 1º. Isso resultou num quiproquó em todo o Brasil, com greves pipocando aqui e ali, insatisfação geral, cobranças e, para coroar tudo, gente novamente entrando pela janela. Agora, arrisquem: essa determinação do CNJ deu resultado? Em caso positivo, me digam qual.
Enquanto isso, o TJA não tem carros suficientes para os oficiais de Justiça cumprirem suas tarefas (se bem que, salvo engano, eles recebem um auxílio financeiro para cobrir esse tipo de despesa), não está totalmente virtualizado (o que desmente várias matérias divulgadas pela assessoria sobre 100% de virtualização das varas criminais – pelo menos onde trabalho, isso não existe).
Estas são as tripas do Judiciário que ninguém conhece, ou conhece superficialmente. Há certamente mais coisas que provavelmente me esqueci de citar. Basta me lembrar para render outro post.
Jornalistas e restos humanos
Sou jornalista formado há 11 anos e atuante há 15, passando por redações e assessorias de imprensa. Fui repórter nos extintos Jornal do Norte e Gazeta Mercantil Amazonas, repórter por um mês no Diário do Amazonas, editor no jornal O Estado do Amazonas e repórter, subeditor e editor no Amazonas em Tempo, lugar onde tive de fato meu crescimento profissional, no qual fiz muitos amigos e tive reconhecimento. Minha última investida em redação foi no Jornal do Commercio, até março deste ano, após quase dois anos como editor de Negócios e Serviços. Pronto, acho que agora já deu. Minha parcela de contribuição para o jornalismo amazonense foi dada. Hoje faço trabalhos free lance, inclusive por meio da cooperativa da qual sou diretor financeiro, a Coopmidia, que está em fase de legalização até o final deste mês.
Nesses 15 anos de atividade, acumulei mais amigos que inimigos. Sempre tive um estilo próprio de coordenar os trabalhos sob minha responsabilidade, sendo rigoroso apenas quando deveria de fato, apelando para o diálogo na resolução de problemas. Aquela imagem do chefe escroto, que humilha o repórter ou pega no pé, sempre foi pré-histórica para mim. Fiquei decidido a não seguir essa linha troglodita. Algumas raras vezes (afinal, não tenho sangue de barata), tive algumas explosões, mas porque a linha da paciência foi violentamente ultrapassada.
Por conta desse meu estilo, fui muito criticado. Hoje, observo que algumas dessas críticas vieram de pessoas que tentaram me passar a perna. Tentaram e tentaram, mas, com o perdão do palavrão, se foderam. Sempre adotei um estilo, digamos, rebelde, de dar ideias para inovar o produto jornalismo e fugir um pouco do feijão-com-arroz que ia para as ruas todos os dias. Algumas vezes, consegui aceitação. Lembro-me das edições especiais de final de semana no jornal O Estado do Amazonas, onde tive uma ótima equipe de repórteres (preciso citar, porque eles merecem: Mário Adolfo Filho, Inaíze Varela, Carla Santos, Fabíola Pascarelli, Carlos Pontilhão, Josely Azaro, Rubia Balbi e outros que, desculpem, esqueci momentaneamente, com os quais aprendi também e espero ter contribuido de alguma forma para sua carreira).
(Nem por isso desmereço os demais que foram minha equipe no Amazonas em Tempo nas vezes que passei por lá, sobretudo a última, na época do chamado Correio Em Tempo).
Há colegas que não compreendem porque decidi não trabalhar em redações. Hoje tenho meu emprego certo como assistente judiciário do Tribunal de Justiça do Amazonas, atividade que exerço com o maior prazer, fugindo da imagem do servidor público acomodado. Trabalho de segunda a sexta até 15h (por obra e graça de alguns membros do Conselho Nacional de Justiça que acharam que trabalhar até as 14h não contribuia para a celeridade do Judiciário, mas isso é assunto para outro post), tenho finais de semana (exceto quando tem plantão, mas este é devidamente remunerado), feriados, posso me programar para feriadões, e meu trabalho na Coopmidia não interfere em nada, pois ali sou, digamos, meu próprio patrão. Ponto para a qualidade de vida!
Uma vida cômoda, claro, mas quem não quer isso? A saudade da redação diz respeito ao agito da correria, de querer ser o melhor e mais correto na apuração dos fatos, de buscar fazer um excelente trabalho até mesmo com dificuldades (aconteceu isso demais no Estadão e no Em Tempo), mas é só. Eu resolvi me “aposentar” desse gostoso vício diário por conta do lado negro das redações: tramas para derrubar colegas, inveja, autoritarismo, gente incompetente, despreparada e puxa-saco ocupando funções importantes... Pelo que tenho conversado com os amigos que ainda estão nas redações, isso continua – e como continua!
O ano de 2007 foi o da decisão. Foi quando aconteceu uma série de coisas em minha vida pessoal que me afetaram, culminando em uma crise violenta de depressão. Sem entrar em detalhes, cheguei quase ao fundo do poço, mas foi quando despertei e resolvi sair do Em Tempo. Desde então, as coisas melhoraram. Decidi que estresse e depressão por conta desse universo negro do jornalismo não iriam mais me afetar. Ensaiei um retorno no Jornal do Commercio, onde esse tipo de coisa não era tão gritante, podíamos trabalhar tranquilamente e produzir legal. E foi a última vez. Sai na boa, por um acordo, já que a situação da empresa começou a ficar difícil (por culpa dos profissionais não foi, mas também é assunto para outro post).
Recentemente, meu sobrinho, também jornalista, foi um dos que pegou rasteira. Digo isso porque o que fizeram com ele já fizeram comigo em outra ocasião: te mandam embora sem argumentos suficientes, apenas dizendo que você não produz ou que seus textos são fracos, claro que para botar alguém da panelinha deles no seu lugar. E por que te escolhem? Porque você não se dobra fácil e tem iniciativa. Não há nada mais apavorante para os incompetentes e puxa-sacos que têm medo de perder o posto, como se ganhar mais fosse a coisa mais importante no mundo (seria se ao ir para o outro mundo fosse possível levar todo o dinheiro, em vez de apodrecermos a sete palmos de profundidade). Estou sendo cruel? Não acho. Observem o trabalho dos seus superiores. Se você encontrar em algum texto a frase “Há alguns dias atrás...”, não fique surpreso.
Se um dia a vida nas redações deixar de ter essa monstruosidade toda (sim, tive decepções muito grandes com colegas, até deixei de falar com alguns), quem sabe eu não volto? Mas está difícil. O ser humano é complicado, nunca está satisfeito, e passa por cima do semelhante para ter o que quer. É triste. Eu vi que não vale a pena se estressar tanto para encher de dinheiro o bolso do patrão, que muitas vezes nem reconhece seu esforço – a não ser que você puxe o saco, claro. Nunca puxei saco e jamais vou fazer isso para ganhar mais grana. Quero viver o resto de minha vida tranquilamente, superando dificuldades que porventura apareçam. Afinal, sobreviver de hipocrisia não é minha praia.
Nesses 15 anos de atividade, acumulei mais amigos que inimigos. Sempre tive um estilo próprio de coordenar os trabalhos sob minha responsabilidade, sendo rigoroso apenas quando deveria de fato, apelando para o diálogo na resolução de problemas. Aquela imagem do chefe escroto, que humilha o repórter ou pega no pé, sempre foi pré-histórica para mim. Fiquei decidido a não seguir essa linha troglodita. Algumas raras vezes (afinal, não tenho sangue de barata), tive algumas explosões, mas porque a linha da paciência foi violentamente ultrapassada.
Por conta desse meu estilo, fui muito criticado. Hoje, observo que algumas dessas críticas vieram de pessoas que tentaram me passar a perna. Tentaram e tentaram, mas, com o perdão do palavrão, se foderam. Sempre adotei um estilo, digamos, rebelde, de dar ideias para inovar o produto jornalismo e fugir um pouco do feijão-com-arroz que ia para as ruas todos os dias. Algumas vezes, consegui aceitação. Lembro-me das edições especiais de final de semana no jornal O Estado do Amazonas, onde tive uma ótima equipe de repórteres (preciso citar, porque eles merecem: Mário Adolfo Filho, Inaíze Varela, Carla Santos, Fabíola Pascarelli, Carlos Pontilhão, Josely Azaro, Rubia Balbi e outros que, desculpem, esqueci momentaneamente, com os quais aprendi também e espero ter contribuido de alguma forma para sua carreira).
(Nem por isso desmereço os demais que foram minha equipe no Amazonas em Tempo nas vezes que passei por lá, sobretudo a última, na época do chamado Correio Em Tempo).
Há colegas que não compreendem porque decidi não trabalhar em redações. Hoje tenho meu emprego certo como assistente judiciário do Tribunal de Justiça do Amazonas, atividade que exerço com o maior prazer, fugindo da imagem do servidor público acomodado. Trabalho de segunda a sexta até 15h (por obra e graça de alguns membros do Conselho Nacional de Justiça que acharam que trabalhar até as 14h não contribuia para a celeridade do Judiciário, mas isso é assunto para outro post), tenho finais de semana (exceto quando tem plantão, mas este é devidamente remunerado), feriados, posso me programar para feriadões, e meu trabalho na Coopmidia não interfere em nada, pois ali sou, digamos, meu próprio patrão. Ponto para a qualidade de vida!
Uma vida cômoda, claro, mas quem não quer isso? A saudade da redação diz respeito ao agito da correria, de querer ser o melhor e mais correto na apuração dos fatos, de buscar fazer um excelente trabalho até mesmo com dificuldades (aconteceu isso demais no Estadão e no Em Tempo), mas é só. Eu resolvi me “aposentar” desse gostoso vício diário por conta do lado negro das redações: tramas para derrubar colegas, inveja, autoritarismo, gente incompetente, despreparada e puxa-saco ocupando funções importantes... Pelo que tenho conversado com os amigos que ainda estão nas redações, isso continua – e como continua!
O ano de 2007 foi o da decisão. Foi quando aconteceu uma série de coisas em minha vida pessoal que me afetaram, culminando em uma crise violenta de depressão. Sem entrar em detalhes, cheguei quase ao fundo do poço, mas foi quando despertei e resolvi sair do Em Tempo. Desde então, as coisas melhoraram. Decidi que estresse e depressão por conta desse universo negro do jornalismo não iriam mais me afetar. Ensaiei um retorno no Jornal do Commercio, onde esse tipo de coisa não era tão gritante, podíamos trabalhar tranquilamente e produzir legal. E foi a última vez. Sai na boa, por um acordo, já que a situação da empresa começou a ficar difícil (por culpa dos profissionais não foi, mas também é assunto para outro post).
Recentemente, meu sobrinho, também jornalista, foi um dos que pegou rasteira. Digo isso porque o que fizeram com ele já fizeram comigo em outra ocasião: te mandam embora sem argumentos suficientes, apenas dizendo que você não produz ou que seus textos são fracos, claro que para botar alguém da panelinha deles no seu lugar. E por que te escolhem? Porque você não se dobra fácil e tem iniciativa. Não há nada mais apavorante para os incompetentes e puxa-sacos que têm medo de perder o posto, como se ganhar mais fosse a coisa mais importante no mundo (seria se ao ir para o outro mundo fosse possível levar todo o dinheiro, em vez de apodrecermos a sete palmos de profundidade). Estou sendo cruel? Não acho. Observem o trabalho dos seus superiores. Se você encontrar em algum texto a frase “Há alguns dias atrás...”, não fique surpreso.
Se um dia a vida nas redações deixar de ter essa monstruosidade toda (sim, tive decepções muito grandes com colegas, até deixei de falar com alguns), quem sabe eu não volto? Mas está difícil. O ser humano é complicado, nunca está satisfeito, e passa por cima do semelhante para ter o que quer. É triste. Eu vi que não vale a pena se estressar tanto para encher de dinheiro o bolso do patrão, que muitas vezes nem reconhece seu esforço – a não ser que você puxe o saco, claro. Nunca puxei saco e jamais vou fazer isso para ganhar mais grana. Quero viver o resto de minha vida tranquilamente, superando dificuldades que porventura apareçam. Afinal, sobreviver de hipocrisia não é minha praia.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Nunca é tarde para Parintins!
Pela segunda vez fui a Parintins para o festival folclórico a passeio, já que das duas vezes anteriores fui a trabalho. Desta feita, pude descobrir um lado turístico que ainda não havia visto: passeio na torre da catedral de Nossa Senhora do Carmo, ao longo da orla, áreas históricas, lancha ao redor da Ilha... Enfim, vi outra Parintins, bonita, quente e divertida, que vai além das três noites de festa no Bumbódromo.
Como tudo tem um porém, pude avaliar melhor a situação da cidade nesse período. Em frente à catedral, principal ponto de encontro, os chafarizes estão secos, sujos e pichados. Nem se deram o trabalho de maquiar. Na Praça Digital, tem uma rachadura enorme de uma ponta a outra, que lembra, sem exagero, aquelas do filme "2012". Será que agora a Ilha pode afundar, mesmo?
Há muitos danos nas principais vias da cidade que revelam descaso. Na rua onde fiquei hospedado, uma vala começava a se transformar em cratera. Não vi nem uma pintura decente nos canteiros centrais. Foi de dar pena!
Mas pior mesmo foi o comportamento de muitos visitantes. Existe uma mania terrível de se achar que na terra dos outros só tem gente tapada e manipulável. Para os homens, principalmente, as mulheres de Parintins parecem ser meros receptáculos de esperma. Vi coisas assim, e não foi somente agora. Os que levam motos e carros fazem arruaças incríveis, nem respeitam mesmo a catedral, botando em volume altíssimo aquelas músicas que transformam mulheres em objetos e se resumem a uma única estrofe que nos faz imaginar o quanto seu autor deve ter quebrado a cabeça e queimado os tão promissores neurônios para criar. Em trajes sumários, fazem aquelas coreografias indescritíveis que acham o máximo em frente aos templos, sem respeitar nem famílias que passam por ali. Não são parintinenses. O povo de lá ainda é pacato, educado, atencioso. Esses visitantes agem como invasores, não como turistas.
Falando em respeito, o que me deixou mais abismado foi a transformação do cemitério da cidade em banheiro público. E havia banheiros químicos. O portão lateral ficou aberto durante as três noites, com homens e mulheres urinando - e talvez fazendo sabe-se lá o quê além das necessidades fisiológicas - sobre as sepulturas. Alguém ainda vai mijar sobre as suas, papudos!
Poderia me estender mais e mais, no entanto a carapuça eventualmente vai cair na cabeça de alguém que irá me xingar, me chamar de careta e quadrado, só para citar os termos mais gentis. Mas não poderia deixar de escrever sobre isso. Não o fiz logo em razão de assuntos familiares que me tomaram tempo e outras questões. Faço agora como um alerta para uma situação triste naquela longínqua e bela cidade, com um evento fantástico, pois nunca é tarde para Parintins. Este ano senti que havia menos gente que em 2008, quando fui lá anteriormente. Culpa da Copa do Mundo, talvez. Assim espero, porque é hora de despertar!
Perigo na pista
Há alguns dias, um amigo meu, acompanhado do filho, voltava de carro da zona norte para a zona sul de Manaus. Era quase meia-noite, quando nas proximidades da antiga Bola da Suframa, viram uma espécie de sombra na pista, o que poderia ser marcas de asfalto colocado ali recentemente. Meu amigo prosseguiu e, ao aproximar-se, viu que eram - pasmem - dois pneus jogados no meio da pista! Não houve tempo de desacelerar nem frear, e ele passou por cima dos objetos, o que causou uma pequena avaria na parte inferior do veículo. Apesar do tremendo susto, ninguém se machucou e ele prosseguiu viagem.
Agora, fica o alerta: certamente, aquilo foi obra de vândalos ou marginais - ou a combinação de ambos, já que essa espécie nociva insiste em se multiplicar. O golpe/ Bom, você vê ao longe essa mancha escura, desacelera achando que pode ser uma lombada, um corpo estendido no asfalto, ou até mesmo um pneu e... BINGO! Aparecem os vagabundos com armas na mão, ameaçadores, mandam entregar tudo, inclusive o seu carro. Tudo extremamente premeditado. E onde está a polícia que deveria fazer a ronda naquela área? Não aparece!
Fica aqui o protesto por mais segurança! Somos cidadãos honestos que não podem deixar seus bens conquistados com tanto esforço serem levados por uma cambada de vagabundos (sim, e sem essa de culpa da falta de educação, de oportunidades, porque a maioria nasce predisposta a fazer o mal aos outros). Os patifes estão por aí, leves e soltos, e não são ladrões de galinha. São traficantes, marginais "da gema", que parecem invisíveis aos olhos das autoridades. Agora, vai você, cidadão de bem, reclamar de seus direitos... É xaxado na certa!
Os reis do asfalto e suas lambanças no trânsito
Depois de uma observação no trânsito de Manaus, posso arriscar dizer, sem medo de ser feliz, que de cada 10 taxistas, somente 2 são motoristas de verdade. Nessa proporção, o restante se encaixa naquele grupo que parece ter comprado habilitação ou tirado-a pela internet.
Vejamos o que observei durante duas semanas, no que se refere a boa parte dos taxistas:
1) Eles acreditam piamente que os demais motoristas têm habilidades telepáticas para adivinhar seus movimentos, pois nunca dão sinal que irão parar ou virar para a direita ou esquerda. E ai de você que buzine ou reclame. A gangue só falta espancá-lo (sim, porque mexa com um e aparece uma cambada tão rápido que parece que brotaram do chão).
2) São os proprietários das ruas, pois não param no acostamento para os passageiros entrarem (sobretudo os táxis-lotação), ou tomam sua preferência. E você que se dane se reclamar.
3) Fecham entradas de ruas para deixar passageiros, não dando a mínima para o fato de você precisar entrar na via.
4) Além de se acharem Os Motoristas, ainda querem mostrar para todo mundo que são exímios caçadores de jacaré, de tanto jogarem luz alta nos outros sem necessidade alguma.
Não generalizo, mas infelizmente os maus taxistas são maioria. Há ainda os que tratam mal o passageiro, principalmente por causa de troco. São os reis do asfalto e suas lambanças incríveis! A lista pode ser mais longa, se me ajudarem a aumentá-la.
E ainda querem que Manaus seja subsede da Copa de 2014. No passo em que estamos, com esse chafurdo que se formou em nosso trânsito, vai ser uma humilhação em nível internacional! E não é "menas" verdade!
Vejamos o que observei durante duas semanas, no que se refere a boa parte dos taxistas:
1) Eles acreditam piamente que os demais motoristas têm habilidades telepáticas para adivinhar seus movimentos, pois nunca dão sinal que irão parar ou virar para a direita ou esquerda. E ai de você que buzine ou reclame. A gangue só falta espancá-lo (sim, porque mexa com um e aparece uma cambada tão rápido que parece que brotaram do chão).
2) São os proprietários das ruas, pois não param no acostamento para os passageiros entrarem (sobretudo os táxis-lotação), ou tomam sua preferência. E você que se dane se reclamar.
3) Fecham entradas de ruas para deixar passageiros, não dando a mínima para o fato de você precisar entrar na via.
4) Além de se acharem Os Motoristas, ainda querem mostrar para todo mundo que são exímios caçadores de jacaré, de tanto jogarem luz alta nos outros sem necessidade alguma.
Não generalizo, mas infelizmente os maus taxistas são maioria. Há ainda os que tratam mal o passageiro, principalmente por causa de troco. São os reis do asfalto e suas lambanças incríveis! A lista pode ser mais longa, se me ajudarem a aumentá-la.
E ainda querem que Manaus seja subsede da Copa de 2014. No passo em que estamos, com esse chafurdo que se formou em nosso trânsito, vai ser uma humilhação em nível internacional! E não é "menas" verdade!
O princípio...
O ano chega à metade e a vida está bem agitada. Em janeiro, meu pai, padecendo de mal de Alzheimmer, teve um AVC, ficou seis meses em tratamento, com crises constantes, acompanhado por nós. Nada lhe faltou até nos deixar no último dia 11 de julho, aos 85 anos, uma semana após um segundo AVC que lhe foi fatal. Não foi uma vida em vão: 9 filhos, 18 netos e 3 bisnetos seguem uma vida de honestidade, uma história iniciada ainda no interior do Ceará, na década de 1940, de onde ele veio com minha mãe para este Amazonas, viveu em comunidade ribeirinha, conseguiu uma casa no antigo beco do Macedo, nos criou junto com dona Rosa com dificuldades, mas sem descambar para a criminalidade, no que foi seguido por todos nós. Seu Chico deixa saudades, principalmente na dona Rosa, companheira de quase 61 anos de união.
É a vida, claro. A morte é nossa única certeza. Eu me preparei desde o final do ano passado, quando vi essa doença terrível dominar meu pai aos poucos e confessei a uma amiga que sentia que aquele era o último Natal e o derradeiro reveillon na companhia de seu Chico. Nos meus 37 anos vi partirem minha avó materna, duas jovens amigas, uma tia, o filhinho de uma amiga, para citar alguns... e pensei em como seria essa terrível sensação quando a morte chegasse mais pertinho. Não foi fácil, mas fomos fortes. Maior ainda foi a força da minha mãe, agora com 78 anos. Na foto, eles comemoravam 50 anos de casados, em 1999. É o tipo de casal em extinção nos dias de hoje! Um amor que começou no sertão nordestino e gerou bons frutos.
Acho justo o princípio do meu blog ser uma homenagem aos meus dois heróis! Obrigado a ambos pela minha vida!
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