Janus Korczak, pseudônimo de Henry Goldszmit, foi um pediatra, pedagogo e autor de livros infantis judeu com grande respeito na Polônia, que jamais abandonou as crianças de seu orfanato durante a ocupação nazista de Varsóvia até ser enviado com elas para a morte nas câmaras de gás de Treblinka em 5 de agosto de 1942, durante as grandes deportações do gueto da capital polonesa que resultaram no assassinato em massa de cerca de 300 mil judeus ali aprisionados, dos estimados 500 mil residentes.
A história de seus atos corajosos e destino trágico é contada paralelamente à de Misha e Sophia, jovem casal que se apaixona durante seu trabalho com Korczak, mas que veem sua vida mudar radicalmente com a invasão nazista e a criação do gueto de Varsóvia. Tentando ajudar as crianças cuidadas pelo pedagogo, eles também buscam manter suas famílias a salvo das atrocidades dos invasores alemães e tentar garantir seu próprio futuro no inferno criado pelo Terceiro Reich. É assim que o jovem casal sai da cidade, mas apenas para testemunhar os terrores que o povo judeu já estava sofrendo em outras localidades.
É um relato comovente que reproduz momentos já conhecidos de quem lê sobre o tema, como o violento pogrom de julho de 1941 em Lvov, então parte da Ucrânia, atrocidades testemunhadas por Misha e Sophia em sua fuga dos horrores da capital polonesa, e hoje registrado em fotos disponíveis na internet, e o drama de Adam Czerniakow, líder do Conselho Judeu de Varsóvia que sofreu terrores psicológicos dos nazistas e escolheu o suicídio quando foi obrigado a colaborar com a seleção de pessoas nas deportações para Treblinka.
A obra traz ainda um posfácio onde a autora narra os destinos de Misha, Sophia e de outros sobreviventes de suas famílias após a libertação, bem como do resgate da importância de Janus Korczak na história da resistência ao nazismo, ainda que sem final feliz.
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