terça-feira, 20 de setembro de 2016

VIAGENS: Um feriadão em Foz do Iguaçu

Sempre tive vontade de conhecer Foz do Iguaçu, no Paraná, e suas famosas cataratas. Então decidi que, havendo um feriado prolongado, iria aproveitá-lo nessa cidade que fica na tríplice fronteira (Brasil/Argentina/Paraguai). Bastou procurar e... bingo! Tivemos no Amazonas um baita feriadão de 3 a 7 de setembro (no dia 5 é comemorado a elevação do Amazonas à categoria de província, então como a data iria cair numa segunda-feira e o dia da Independência, na quarta, surgiu uma excelente oportunidade). Como o calendário judicial já estava definido, decidi que essa seria a chance!

O passo seguinte foi "caçar" passagens. De Manaus para Foz do Iguaçu, nunca era possível achar passagem de ida e volta por menos de R$ 1,3 mil. Então, qual não foi minha alegria, após monitorar os sites de viagens (Submarino Viagens e Decolar, geralmente), quando encontrei os dois trechos por R$ 672 pela Latam!!!!!! Um presente, claro, então não contei conversa e comprei! Achar a hospedagem foi fácil: sempre pelo Booking.com. Escolhi o Iguassu Holiday por sua localização - perto das cataratas e das principais atrações de Foz do Iguaçu.

Compradas as passagens, embarcamos, eu e Luiz, no dia 2 de setembro rumo a Foz do Iguaçu, saindo de Manaus às 6h14 pela Latam, com conexão em Guarulhos (SP). Chegamos ao nosso destino final perto das 15h, e já do avião pudemos ver a maravilha das cataratas.

As cataratas do Iguaçu vistas da aeronave, momentos antes do pouso no aeroporto internacional de Foz


O Iguassu Holiday, no final das contas, acabou sendo uma excelente escolha: a poucos minutos do aeroporto, do Parque das Aves, do Dreamland com seu Vale dos Dinossauros e, claro, das Cataratas do Iguaçu. Sem falar no valor pago: uma promoção com desconto nos permitiu pagar R$ 330 em quatro diárias (valor do período todo!). O hotel possui, além do café da manhã, almoço e jantar, mais lanchonete, pagos à parte no check-out.

Alugamos, como sempre fazemos, um carro, utilizado em todos os passeios, mas em dois deles deixamos o veículo no hotel por precaução para irmos a Porto Iguazu (Argentina) e Ciudad del Este (Paraguai). Optamos pelo passeio organizado pela empresa Loumar Turismo - serviço muito bom, por sinal!

Então, vamos aos roteiros e dicas:

1 - Dreamland e Vale dos Dinossauros: o Dreamland já é conhecido por causa do seu museu de cera com muitos personagens famosos. No mesmo complexo funciona o Vale dos Dinossauros - por onde deve começar o passeio caso o tempo esteja chuvoso. É possível comprar antecipadamente pela internet o combo para visitar o vale, o museu de cera e o museu das Maravilhas do Mundo (uma série de reproduções em tamanho natural ou miniatura de monumentos, edificações históricas, mobiliário e objetos de várias partes do mundo). No vale, podemos tirar fotos à vontade de todos os dinossauros em tamanho natural, que se movem e emitem ruídos. No entanto, no finalzinho do passeio só podem ser feitas fotos pelo fotógrafo da empresa (como no museu), podendo o trabalho ser comprado devidamente emoldurado. Não chega a ser uma Disneylândia, mas é um passeio sensacional! Fizemos isso no sábado, 3, pela manhã (o complexo abre às 9h). Tudo isso por R$ 90 por pessoa (setembro/2016).

Vale dos Dinossauros

Museu de Cera


Maravilhas do Mundo



Entrada do complexo Dreamland


2 - Cataratas do Iguaçu: depois do complexo Dreamland, seguimos no mesmo dia para o Parque das Cataratas, para o qual também havíamos comprado ingressos antecipados pela internet (saiu a R$ 34,30 cada). A vantagem é que, comprando pela internet, você entra numa fila de prioridades para trocar o recibo pelos ingressos. Quanto ao carro, é cobrado o valor de R$ 15 de estacionamento (uma diária). Trocado o ingresso, basta aguardar o embarque no ônibus que leva os visitantes às cataratas (é feito a cada 15 minutos, com chamadas pelos paineis nos lugares onde são organizadas as filas). No lugar é possível comprar capas de chuva para usar na descida às cataratas, mas é preferível comprar fora do parque: lá uma capa simples custa R$ 17; a outra, mais resistente, R$ 37,90 (valores de setembro/2016).
Embarcados no ônibus, seguimos até as cataratas, com várias paradas em trilhas (mas não inclusas no valor do ingresso). No ponto final, descemos e fizemos o trajeto margeando as quedas d'água até chegarmos à Garganta do Diabo, onde a passarela chega até a beira de uma das cachoeiras. É um espetáculo emocionante ver tanta beleza e grandiosidade.
Há um restaurante e lanchonetes nessa área do complexo, mas os preços são muito altos. Melhor deixar o almoço para depois, fora do parque - a não ser que esteja disposto a pagar R$ 75 por pessoa para comer lá (vão por mim, deixem isso para os ricos). Falando de comida, convém lembrar que os quatis não devem ser alimentados. Eles passam por perto dos visitantes o tempo todo, são muito lindos e fofos, mas a orientação é não tentar pegá-los para evitar mordidas e arranhões acidentais. Eles podem transmitir doenças. Infelizmente, a regra de não deixar comida para atrai-los não é seguida por muitos. O que mais vimos foram bandejas com restos de comidas deixadas sobre as mesas, atraindo vários animais. Há locais para guardar as bandejas e jogar as sobras - como nas praças de alimentação dos shopping centers -, mas a preguiça e falta de higiene e de conscientização de muitos é maior.

Uma das muitas vistas das cataratas do Iguaçu

3 - Itaipu Binacional: fizemos esse passeio na manhã de domingo, 4. Há vários tipos de passeio, mas optamos pela Visita Panorâmica, que custou R$ 31 por pessoa (setembro/2016). Nele, embarcamos em um ônibus que nos levou pelo complexo de Itaipu até a barragem, e durante o percurso o guia conta tudo sobre a construção da barreira e a sua capacidade, com números impressionantes (fiquei tão maravilhado com as paisagens e querendo registrar tudo que confesso: não prestei atenção neles). Dá para fazermos fotos muito legais e conhecer muito sobre a formação da usina hidrelétrica. Tudo dura cerca de duas horas. Compramos os ingressos também antecipadamente, pela internet. O estacionamento é pago (R$ 20) na hora da troca do recibo, antes do passeio. Apesar de havermos marcado para as 10h, pudemos embarcar logo em um dos primeiros ônibus, às 8h30, já que havíamos chegado cedo. Antes de tudo é exibido um curta-metragem contando a história da construção da hidrelétrica. O único porém da viagem é que não pudemos fazer a visita noturna para a iluminação da barragem. Como deixei muito para cima, não havia mais vagas disponíveis quando acessei o site da usina de Itaipu. Ficou para uma próxima visita.

Abertura das comportas de Itaipu
4 - Templo Budista: saindo de Itaipu, dirigimos até o Templo Budista. Lá a entrada é gratuita, e o espaço passa uma tranquilidade muito grande. Fotos só não são permitidas no interior do prédio do templo, mas no restante da área são liberadas. É um lugar muito bonito e calmo, indicado até mesmo para meditação. Há uma loja de souvenir com preços acessíveis, mas o pagamento só pode ser feito em espécie. Na entrada, há fotógrafos que tiram retratos seus sem compromisso, e o abordam na saída oferecendo o trabalho em uma moldura por R$ 10. Aceitamos para ajudar.

Templo budista, um lugar de paz
5 - Marco das Américas: depois do templo, fomos ao Marco das Américas, que estava, no início de setembro/2016, com obras de ampliação em andamento. Não é um lugar excepcional: tem o marco brasileiro da tríplice fronteira, um restaurante e uma loja de souvenir, mas vale a pena visitar. De lá é possível ver os marcos da Argentina e do Paraguai, no outro lado do rio. O ingresso custa R$ 14 por pessoa (setembro/2016).

No Marco das Américas, lado brasileiro

6 - Mesquita de Foz: a próxima parada do domingo foi a mesquita da cidade, porém ela estava em obras e fechada para visitação da área (só abre de segunda a sábado). Valeu a pena para registrar a beleza da edificação.

Mesquita de Foz do Iguaçu
7 - Parque das Aves: a última parada de domingo custou R$ 35 por pessoa. Vale muito a pena conhecer diversas espécies de aves que são criadas em seu habitat natural, protegidas, mas não chega a ser um cativeiro no seu significado direto - à exceção do espaço das araras, que me deixou incomodado porque os bichinhos fazem uma algazarra por evidente medo das pessoas. Foi o único setor do parque que não me agradou. Nos demais as aves são tranquilas e parecem ignorar nossa presença.

Parque das Aves
8 - Ciudad del Este, Paraguai: na segunda, 5, foi a vez de deixarmos o carro no hotel para usarmos os serviços da Loumar Turismo. A van nos apanhou no hotel no horário combinado pela manhã. Atravessamos a Ponte da Amizade e desembarcamos no Shopping Del Este (a passagem pode ser feita também a pé pela ponte ou de vans e ônibus indo para lá de Foz, na maior tranquilidade e sem obstáculos, com na Argentina). Ali, outra van nos levou a um city tour, onde conhecemos várias igrejas e logradouros da cidade paraguaia, depois seguimos para Presidente Franco para conhecermos os Saltos de Monday. Ali há um elevador para quem quiser ver as cataratas da parte mais baixa, mas o valor é pago à parte (custou R$ 10 por pessoa). Na volta, fomos deixados na área próxima ao shopping para programa livre em passeios e compras. Andar por aquela região de Ciudad del Este não é para fracos: é tudo muito tumultuado e barulhento (aliás, o próprio trânsito na cidade é algo inimaginável de tão desorganizado). Almoçamos no próprio shopping (eles aceitam pagamento em espécie em reais e cartão de crédito internacional) e depois a van nos deixou de volta no hotel.
Recomendo não ir de carro até Ciudad del Este por conta do trânsito louco e da parca sinalização na cidade paraguaia - lá os motoristas fazem o que bem entendem ao volante. O ideal, caso não se queira pagar o passeio e se deseja apenas fazer compras, é deixar o carro em um dos estacionamentos na região ao redor da Ponte da Amizade e apanhar um táxi ou ônibus para fazer a travessia. Ou ir a pé, caso haja disposição e o tempo permitir. Mas o passeio vale a pena para quem curte city tours.

Salto del Monday, em Presidente Franco

9 - Porto Iguazu, Argentina: à tarde, uma hora depois de sermos deixados no hotel, outra van nos apanhou para o segundo passeio. Dessa vez seguimos para Porto Iguazu, na Argentina. Atravessar a Ponte da Fraternidade (bem perto do nosso hotel) é um exercício de paciência: antes, na aduana brasileira, e depois, na argentina, demoramos pelo menos 15 minutos até a checagem de nossos documentos e posterior liberação. Bem diferente do "liberou geral" na fronteira paraguaia.
Ultrapassado esse obstáculo, chegamos à primeira parada: o parque La Aripuca. Ali vemos construções feitas de troncos imensos de árvores derrubadas anos antes pelo progresso ensandecido. A mais impressionante é a arapuca gigante, uma alegoria da armadilha em que nós estamos nos envolvendo com a exploração irracional do meio ambiente. Em um espaço à parte, indígenas vendem seus artesanatos. Outro atrativo interessante do parque é a venda de artesanato e doces - os destaques são a geleia de pétalas de hibisco e o doce feito de madeira, além do delicioso alfajor e do doce de leite com chocolate. As limitações financeiras me impediram de trazer muitas coisas.
Saindo de La Aripuca fomos a diversos logradouros de Porto Iguazu, onde o comércio fecha às 15h e retorna às 17h, ficando aberto até 21h. Passamos pelo marco argentino da tríplice fronteira, de onde pudemos ver os equivalentes paraguaio e brasileiro.  A parada final foi justamente no coração comercial da cidade, a avenida Brasil, onde há lojas de todos os tipos com produtos com valores bem em conta e pagamento na moeda brasileira (a conversão é feita na hora pelos vendedores). Uma chuvinha insistente (fez muito frio em Foz de sábado a terça-feira) atrapalhou um pouco nosso passeio, mas deu para conhecermos diversas lojas e comprar algumas lembrancinhas. Trouxe para Manaus o doce de leite, a geleia de pétalas de hibisco e o doce feito de madeira, mais uma caixa de alfajor. Tudo saiu por 380 pesos argentinos - ou R$ 81.
O passeio para as terras paraguaias e argentinas custou, ao todo, R$ 190 por pessoa (setembro/2016).

Parque La Aripuca
Nossa viagem a Foz do Iguaçu chegou ao fim no anoitecer de 6 de setembro. Deixamos o hotel, demos ainda uma voltinha no recém inaugurado shopping Catuaí Palladium, bem perto do Iguassu Holiday, e almoçamos na churrascaria Show Brasil, na avenida Mercosul, também muito perto do hotel, antes da aduana brasileira (por R$ 35 por pessoa você come até explodir). Foi a prova de que a escolha da hospedagem foi perfeita! Espero voltar em breve a Foz para ver de novo as cataratas e fazer mais compras - e visitar as cataratas do lado argentino, agora que "pegamos a manha" de como chegar até lá.

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