segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

SÉRIES: "Mad men" (2007-2015)

Elenco de primeira em uma das melhores séries dramáticas da televisão por assinatura

Demorei para descobrir "Mad men", o que fiz agora pelo Netflix (apesar de ficar tentado a comprar o box com todas as temporadas, mas estamos em tempos bicudos para fazer tal extravagância). Eu sabia do sucesso e das premiações recebidas por essa série, mas perdi a estreia, as reprises e, portanto, desisti de acompanhá-la. Graças ao Netflix, ingressei no universo dos fãs da trama ambientada nos anos 1960, na Manhattan dos publicitários e sua batalha profissional - muitas vezes suja - e dramas pessoais - e não são poucos.

Don Draper (Jon Hamm)
Para quem não assistiu a série, vale um resumo. O protagonista é Donald Draper (Jon Hamm, excelente ator), publicitário - e depois sócio - da Sterling-Cooper Advertising, empresa expressiva do ramo na Madison Avenue (daí o título "Mad men", referência tanto à companhia quanto às próprias loucuras dos profissionais). Casado com Elizabeth (January Jones, quase uma cópia da saudosa Grace Kelly) e pai de um casal de filhos, Don vive entre os desafios e armadilhas da profissão e uma vida pessoal dividida entre a família e as amantes, além de guardar um segredo sobre seu passado e sua origem. É em torno disso que "Mad men" se estende por sete temporadas. Estou na metade da terceira temporada, e pedindo sempre mais.

Peggy Olson (Elisabeth Moss)
A reconstituição de época é perfeita, resgatando o gel nos cabelos, as formalidades e a posição passiva das mulheres que começava aos poucos a desaparecer, além de fatos marcantes. As personagens femininas, aliás, são o maior trunfo de "Mad men". A que mais me agrada é Peggy Olson (Elisabeth Moss, perfeita!), secretária de Don Draper na primeira temporada que, graças a sua criatividade, passa a fazer parte do time de redatores da Sterling-Cooper. Em um mundo esmagadoramente masculino, ela começa aos poucos a se impor, resistir aos assédios e preconceitos machistas, tendo de aprender a duras penas como lidar com o grupo, principalmente depois de ter um breve romance com o colega publicitário Peter Campbell (Vincent Kartheiser, muito bom!).

Betty Draper (January Jones)
Depois de Peggy, apaixonei-me por Elizabeth, a entediada esposa de Don, e por Joan Holloway (Christina Hendricks), chefe das secretárias da Sterling-Coooper. A primeira é a típica dona de casa perfeita que trocou a carreira de modelo pelo casamento, e depois de certo tempo passa a deixar transparecer sua frustração - o que acaba virando uma arma. Joan é quase uma pin-up, amante de Roger Sterling (John Slattery) e consegue lidar com o universo machista da Sterling-Cooper com mão firme e muita ironia. Belas e excelentes atrizes, maravilhosos papeis.
Joan Holloway (Christina Hendricks)

Peter Campbell é o ambicioso publicitário que quer superar o talento de Don Draper, nem que para isso use até mesmo de chantagem para tentar derrubar seu rival. Casado com uma jovem rica a quem não consegue engravidar, ele se envolve com Peggy, mas o resultado dessa relação vai transformá-lo em um homem amargo e cada vez mais ávido de poder.
Peter Campbell (Vincent Kartheiser)
Esses cinco personagens são apenas um chamariz. "Mad men" consegue ser mais espetacular ao revelar os bastidores da indústria publicitária norte-americana em uma época agitada por paranoias, crimes políticos, Guerra Fria e conflitos raciais, quando vender um sonho e obter lucro, sem limites, era o maior objetivo do mercado. Uma série altamente recomendável, tanto pela trama bem armada quanto pelos excelentes atores.

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