Elenco de primeira em uma das melhores séries dramáticas da televisão por assinatura |
Demorei para descobrir "Mad men", o que fiz agora pelo Netflix (apesar de ficar tentado a comprar o box com todas as temporadas, mas estamos em tempos bicudos para fazer tal extravagância). Eu sabia do sucesso e das premiações recebidas por essa série, mas perdi a estreia, as reprises e, portanto, desisti de acompanhá-la. Graças ao Netflix, ingressei no universo dos fãs da trama ambientada nos anos 1960, na Manhattan dos publicitários e sua batalha profissional - muitas vezes suja - e dramas pessoais - e não são poucos.
Don Draper (Jon Hamm) |
Para quem não assistiu a série, vale um resumo. O protagonista é Donald Draper (Jon Hamm, excelente ator), publicitário - e depois sócio - da Sterling-Cooper Advertising, empresa expressiva do ramo na Madison Avenue (daí o título "Mad men", referência tanto à companhia quanto às próprias loucuras dos profissionais). Casado com Elizabeth (January Jones, quase uma cópia da saudosa Grace Kelly) e pai de um casal de filhos, Don vive entre os desafios e armadilhas da profissão e uma vida pessoal dividida entre a família e as amantes, além de guardar um segredo sobre seu passado e sua origem. É em torno disso que "Mad men" se estende por sete temporadas. Estou na metade da terceira temporada, e pedindo sempre mais.
Peggy Olson (Elisabeth Moss) |
A reconstituição de época é perfeita, resgatando o gel nos cabelos, as formalidades e a posição passiva das mulheres que começava aos poucos a desaparecer, além de fatos marcantes. As personagens femininas, aliás, são o maior trunfo de "Mad men". A que mais me agrada é Peggy Olson (Elisabeth Moss, perfeita!), secretária de Don Draper na primeira temporada que, graças a sua criatividade, passa a fazer parte do time de redatores da Sterling-Cooper. Em um mundo esmagadoramente masculino, ela começa aos poucos a se impor, resistir aos assédios e preconceitos machistas, tendo de aprender a duras penas como lidar com o grupo, principalmente depois de ter um breve romance com o colega publicitário Peter Campbell (Vincent Kartheiser, muito bom!).
Betty Draper (January Jones) |
Depois de Peggy, apaixonei-me por Elizabeth, a entediada esposa de Don, e por Joan Holloway (Christina Hendricks), chefe das secretárias da Sterling-Coooper. A primeira é a típica dona de casa perfeita que trocou a carreira de modelo pelo casamento, e depois de certo tempo passa a deixar transparecer sua frustração - o que acaba virando uma arma. Joan é quase uma pin-up, amante de Roger Sterling (John Slattery) e consegue lidar com o universo machista da Sterling-Cooper com mão firme e muita ironia. Belas e excelentes atrizes, maravilhosos papeis.
Joan Holloway (Christina Hendricks) |
Peter Campbell é o ambicioso publicitário que quer superar o talento de Don Draper, nem que para isso use até mesmo de chantagem para tentar derrubar seu rival. Casado com uma jovem rica a quem não consegue engravidar, ele se envolve com Peggy, mas o resultado dessa relação vai transformá-lo em um homem amargo e cada vez mais ávido de poder.
Peter Campbell (Vincent Kartheiser) |
Esses cinco personagens são apenas um chamariz. "Mad men" consegue ser mais espetacular ao revelar os bastidores da indústria publicitária norte-americana em uma época agitada por paranoias, crimes políticos, Guerra Fria e conflitos raciais, quando vender um sonho e obter lucro, sem limites, era o maior objetivo do mercado. Uma série altamente recomendável, tanto pela trama bem armada quanto pelos excelentes atores.