Em questão de horas, chegamos a mais um novo ano. Para mim, 2011 teve tempo bom, sujeito a nuvens pesadas e chuvas passageiras, mas nada que estragasse o conjunto da obra. Desde 2010 tomei decisões quanto à forma de levar minha vida, e hoje colho bons frutos, portanto não posso amaldiçoar o ano que está chegando ao fim ou me lamentar. Ninguém precisa amaldiçar 2011, dizer que foi um péssimo ano, porque neste mundo, com esse estágio de total estagnação da consciência humana, conseguimos chegar vivos ao seu final.
Tragédias acontecem todos os anos, por mais intensas que sejam. Muitas imagens não me sairão da cabeça ou não as poderei rever sem sentir aquele aperto no coração e aquela sensação terrível de impotência. A corrupção, os desmandos políticos, a farra com dinheiro público e, sobretudo, a falta de bom senso e ausência de respeito de autoridades e parlamentares nunca foram tão constantes. Às vezes, dá para sentir vergonha de ser brasileiro, praticamente uma voz solitária na multidão, enquanto muitos caminham passivos, preocupados demais com quem vai participar do Big Brother Brasil ou vítimas de lavagens cerebral da indústria do lixo pseudocultural.
A violência foi terrível e parece chegar cada vez mais perto. Em casa, no trânsito, no trabalho. Mais vidas foram estupidamente perdidas, a insegurança continuou, as injustiças sociais não terminaram. O meio ambiente sofreu de todas as formas possíveis, exatamente como antes. Ainda não foi puxado o freio nessa destruição toda por conta da falta de conscientização. Apesar da anunciada estabilidade da nossa economia, a miséria grassa, a educação é inconstante, a saúde é irregular e um caos com vergonhosos exemplos.
Por outro lado, ações pela cidadania e respeito aos direitos humanos prosperaram. Iniciativas não se perdem como palavras ao vento. A insistência em mudar nosso mundo para melhor ainda dá fôlego para viver, sabendo que, mais dia, menos dia, a água vai furar a pedra. Precisamos conviver com essas tragédias, com perdas, com derrotas, pois fazem parte da vida humana.
Tudo isso não foi somente em 2011. Foi em 2010, 2009 e sempre. Não vamos amaldiçoar este ano, pois fazer isso é amaldiçoar nossas próprias vidas, pois apesar dos sofrimentos, conseguimos chegar ao seu final vivos, com derrotas e vitórias, projetos realizados ou que não saíram "do papel", viagens feitas ou adiadas, amizades desfeitas e recuperadas, com compreensão de seus atos ou não. Um novo ano representa sempre esperança de que faremos melhor do que no anterior. Aos poucos, as coisas parecem começar a se ajustar, até chegar, finalmente, o dia em que teremos muito mais vitórias do que nunca tivemos em qualquer outro ano de nossa vida. Agora, 2012 é o desafio para cada um. Vamos avaliar, neste último dia, o que fizemos de certo, de errado, o que faltou fazer, descobrir o motivo para nossos projetos não terem dado certo, tentar compreender o outro, respeitar sua vida pessoal, suas posições políticas, sua religiosidade, suas opções, entender seus comportamentos, enfim, aproveitar nossas vidas. Então, feliz 2012!!!!
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