segunda-feira, 21 de março de 2011

Manaus e a tarifa social: o apressado come cru... e amargo

Votei no Serafim Corrêa na última eleição para prefeito de Manaus. Achava que ele poderia ajudar a mudar nossa cidade para melhor. Para mim, isso estava acontecendo aos poucos. Depois de décadas de desmandos de grupos políticos que se revezavam no poder, ele apareceu como a boa alternativa. Mas o povo cansado de tanta desconsideração não teve paciência. A maioria deu um passo atrás e elegeu, mais uma vez, Amazonino Mendes.

Aqui vale aquela máxima: cada povo tem o governante que bem merece. Os ônibus continuam cacarecos ambulantes eventualmente maquiados, há buracos por todas as vias públicas, o trânsito ainda não tem uma solução decente (se bem que, convenhamos, a questão é mais complicada por conta das ações individuais que somente uma gestão ditatorial poderia dar jeito), nosso parques estão ficando escuros e abandonados... E o nosso prefeito perde a compostura - coisa que nenhum gestor pode fazer por mais crítica que seja a situação -, acaba sendo mal interpretado e abre uma brecha para oportunistas sugerirem um impeachment - falando sério, já houve coisa bem pior na prefeitura e não se falou nisso. Agora, coroando tudo, acaba a tarifa social aos domingos - a metade do valor de uma passagem de ônibus cobrada no sistema de transporte coletivo. Reclamavam que o Serafim deixou a cidade cheia de buracos. Aí está...

Coloquei no Twitter, no Facebook e agora coloco aqui a questão: o que me dizem os eleitores do atual prefeito? Aqueles que me xingaram quando declarei meu voto abertamente na época e defendi o então prefeito Serafim Corrêa porque acreditava que ele precisava de mais tempo (o Lula não teve?), ou que gritavam "agora a cidade vai para a frente" quando a vitória estava confirmadíssima e debocharam da nossa derrota (disputa é disputa, mas infelizmente tem gente que apela para a arrogância nessa hora), onde estão? Comemorando o fim da tarifa social, entre outros avanços que estariam nos colocando "para a frente"?

Vamos ver essas comemorações enquanto embarcam nesses ônibus ridículos, torcendo para que não "preguem" no meio do caminho. É isso aí, Manaus... Não teve paciência... O apressado come cru - e, no caso, amargo. Ainda assim, eu te amo (com algumas reservas).

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