|
Depois de quatro horas de voo na madrugada e um trânsito terrível do aeroporto ao hotel |
Pela terceira vez, viajei de férias ao Rio de Janeiro. Fazia oito anos desde a última vez em que pisei na Cidade Maravilhosa, e a experiência teve um gosto especial pela companhia que levei: meu companheiro Érico, com quem oficializei a união estável de quase um ano e dez meses no início de março. Foi praticamente uma lua de mel (risos), e o melhor de tudo foi dessa vez estar acompanhado de alguém autêntico, carinhoso, sincero, despachado, divertido e dedicado, encobrindo a companhia anterior, hoje perdida nas trevas do fascismo. Mas isso é passado.
Foram dez dias muito divertidos e, claro, exaustivos, pois diversão também cansa, não de um modo negativo, claro.
Como nas duas vezes anteriores (2014 e 2015), escolhi a região do Flamengo/Catete como hospedagem, ficando dessa vez no Riazor, na rua do Catete, em frente ao Museu da República. Um prédio antigo, de dois andares, de bela fachada, mas que, a exemplo de outros imóveis históricos na maioria das cidades antigas brasileiras, carece de uma manutenção adequada. Ainda assim, apesar de algumas infiltrações do ar condicionado e - pasmem! - de uma escova de dentes "cuspida" pela descarga do vaso sanitário, correspondeu à expectativa, já que estávamos não em busca de luxo, e sim do mínimo de conforto para guardar nossas bagagens e, como diria um saudoso colega dos tempos da universidade, colocar o cadáver na horizontal.
|
Nos jardins do Palácio do Catete, descansando e aguardando a hora do check-in no hotel |
A primeira percepção depois desse hiato de oito anos foi o aumento do caos no trânsito. Do Galeão até o hotel no Catete, segundo estimativa do Google Maps, seriam em média 35 minutos. Levamos quase uma hora em razão de congestionamentos monstruosos (em parte culpa de obras no sistema viário nos arredores da avenida Brasil), com o agravante de que o carro que chamamos no aeroporto pelo aplicativo 99 era um troço velho, que por várias vezes "morreu" nas ruas, nos dando medo de que fôssemos largados de mala e cuia no meio daquela loucura e ter que chamar outro carro (obviamente que, se essa tragédia acontecesse, melhor seria fazer o resto do trajeto a pé usando a rota do Google Maps, ainda que arrastando uma mala, duas mochilas e uma bolsa). Felizmente, depois de um longo tempo conseguimos pegar um trânsito mais "normal" nas proximidades do acesso à ponte Rio-Niterói e chegamos ao hotel. Dei nota 4 no aplicativo 99 e justifiquei pelas péssimas condições do automóvel.
Enfim, depois de deixarmos as bagagens num depósito do Riazor (desembarcamos às 7h30, o check-in seria somente 14h e chegamos ao hotel pouco depois das 10h), fomos dar uma voltinha pelo aterro do Flamengo, seguindo depois para almoçar no Bar e Restaurante Guanabara e descansar nos jardins do Museu da República até a hora da entrada no quarto.
E vamos ao Rio de Janeiro, versão 2023!
HAPPY HOUR
Uma das grandes vantagens de se hospedar no Catete é a existência de bares bacanas para todos os tipos e gostos, além da proximidade do agito da Lapa (com um pouco de disposição, dá para fazer um circuito a pé por aquela área). Eu já conhecia o Bartman, na rua Buarque de Macedo, no Flamengo, pequeno, aconchegante e decorado com temas do homem-morcego dos quadrinhos, além de pôsteres de filmes. Cerveja muito em conta, gelada e petiscos deliciosos. Foi nossa parada na primeira noite no Rio, depois de descansarmos bem da viagem cansativa de quatro horas a partir de Manaus na madrugada.
|
Bartman, um bar temático muito lindo e bacana na rua Buarque de Macedo, no Flamengo |
|
Pensem num petisco delicioso! Essa tábua custou R$ 45 no Bartman |
Ali pelo Catete, ainda tem a Mansão Wayne, no início da rua Artur Bernardes, um casarão antigo revitalizado e decorado lindamente com pinturas, quadros e peças que remetem ao saudoso intérprete do Batman na série dos anos 1960, o ator Adam West, o homenageado. O lugar é um espetáculo de lindo, mas ficamos pouco tempo, já que temos preferência por lugares abertos. Entretanto, valeu muito a pena a visita. Há apresentação de música ao vivo, com cobrança de couvert de 10 reais por pessoa, e petiscos para todos os gostos.
|
Em frente à Mansão Wayne, no Catete |
Mais adiante, na esquina com a rua Bento Lisboa, descobrimos o Café e Bar Selo de Ouro, onde todo dia tem promoção bacana de cervejas e drinques. No período em que ficamos no Rio, fomos três vezes lá. É bem frequentado e também tem música ao vivo.
Na mesma rua Bento Lisboa, descobrimos um espaço parecido com uma garagem, o Nosso Drink, muito bacana também, com cervejas a bons preços, mas com poucas opções de petiscos. Mas valeu muito a pena. Fomos lá duas vezes.
ALIMENTAÇÃO
Desde minha primeira visita, achei a comida no Rio de Janeiro muito cara, e isso não mudou. Tem serviços de self service onde o quilo da comida chega a quase 80 reais (e geralmente neles colocam o preço de 100 gramas para dar ilusão de preço bacana). Como nunca fui chegado a luxo e frescura de ir em lugares badalados para depois me gabar de ter ido num lugar caro, optamos pelos locais de preços mais em conta, de preferência que ofereciam pratos executivos. Deixo a ostentação para os pobres de espírito.
O Bar e Restaurante Guanabara, na rua Buarque de Macedo, eu conheci em 2014. Comida caseira deliciosa bem servida e barata. Mas nesse intervalo de tempo, o lugar perdeu um pouco do brilho, não sei se por conta dos abalos sofridos pelo setor na pandemia de 2020-2021. A comida continua boa, claro, mas as instalações parecem ter ficado menos iluminadas. Ainda assim, foi uma boa opção. O prato mais caro custava R$ 20, com feijão, arroz, macarrão e salada, além do principal.
No Largo do Machado, ao lado do acesso B do metrô pela rua do Catete, há o Chalé Shopping, que reúne lojinhas de guloseimas, artesanato e dois restaurantes caseiros e simples que trabalham exclusivamente com pratos executivos com preços que chegam a até 30 reais, preço que considerei justo. Do outro lado do Largo, na rua Bento Lisboa, há vários pequenos restaurantes com preços bons. Em um deles, comemos uma deliciosa costela de porco guisada por R$ 50 (para duas pessoas), acompanhada de feijão, arroz, salada e farofa.
Quando fomos ao Museu do Amanhã, na saída nos deparamos com barraquinhas de comida, mas nos arredores é possível achar pratos de até 30 reais. Comemos na Pastelaria Peng Huanpin, na rua Acre, onde um yakisoba misto muito bem servido saiu por R$ 20, e um peixe frito (dourado, se não me falha a memória), por R$ 18.
|
O pão com linguiça mineira vendida no Espetinho Mineiro. Recomendo! |
Outra opção muito bacana e leve que descobrimos no Catete foi o Espetinho Mineiro, um pequeno trailer que estaciona na calçada da rua do Catete, nas proximidades do Museu da República (e também mais adiante, perto do Largo do Machado), com diversas opões de espetinhos para um jantar rápido e leve. Tem espeto de todo tipo: filé de frango, salsichão, linguiça mineira, pão de alho, medalhão e vários outros com preços que variam de 7 a 15 reais. Vale ressaltar que é apenas o espeto, sem acompanhamentos a que estamos acostumados aqui no Norte. No máximo, acompanha uma farofa na qual o espetinho é mergulhado e pronto, mas é um espeto de respeito, não aquela pouca vergonha de um palito com quatro pedacinhos magros de carne com preço imoral. Experimentamos a linguiça mineira, o misto, a kafta e o salsichão, além do pão com linguiça mineira, que custa uns 20 reais, mas que vale demais a pena!!!! Para quem for ao Rio e não se hospedar na região do Catete, o Espetinho Mineiro já está até no iFood!
ATRAÇÕES
Tirando Arraial do Cabo, nosso destino no terceiro dia no Rio, todas as outras visitas fizemos por nossa própria conta. Depois das experiências na própria cidade em 2014 e 2015, e em outras viagens nos anos seguintes, passei a usar serviços de agências apenas para locais distantes da localidade onde fico. Nas atrações na capital, fizemos nosso planejamento prévio e, quando possível, compra antecipada de ingressos, utilizando o metrô, o VLT e Uber para chegar aos locais. Se colocar na ponta da caneta, sai tudo muito mais barato e ainda poupamos aborrecimentos com falta de pontualidade de turistas, despesas inesperadas, companheiros de passeio inconvenientes e mal educados, entre outras situações que, infelizmente, as operadoras do turismo receptivo preferem ignorar para terem lucro. Mas isso é assunto para outra postagem.
1. CORCOVADO, PÃO DE AÇÚCAR E URCA - 29 de março
Para as visitas ao Corcovado e Pão de Açúcar, compramos os ingressos antecipados pelos sites oficiais.
Na visita ao Cristo Redentor, a compra foi feita pelo site Paineiras Corcovado. A vantagem é que por lá você compra o bilhete com o horário marcado e embarque na van no Largo do Machado (a outra opção de embarque é em Copacabana). O valor foi de 98 reais para cada um, incluso aí o deslocamento tanto de ida quanto de volta (e no momento em que escrevo este texto, descubro que o valor atual é R$ 79,50...).
Nossa van sairia apenas 9h30, mas como chegamos bem cedo, antes das 8h30, pudemos embarcar. Com esse ingresso, descemos no Centro de Visitantes Paineiras, já perto do Corcovado, um lugar que, na última vez que vi em 2015, era uma ruína, mas agora está restaurado e muito, muito lindo. Ali, pegamos outra van para finalmente chegar ao Cristo Redentor - como sempre, lotado e com grande dificuldade para tirar uma foto legal, já que o que não falta é gente fazendo caras e bocas para seu "book rosa" (é deboche, tá?).
Ficamos por ali pouco mais de uma hora, descemos na van para o Centro de Visitantes e embarcamos na outra que nos levou de volta ao Largo do Machado. Esse passeio também pode ser feito por agências, mas desde já não recomendo para quem quer aproveitar bem o tempo sem estresse, além de ser mais caro. Outra opção também é ir de Uber ou ônibus até o Corcovado, comprar o ingresso na hora e subir de trem, que é uma experiência muito legal que tive em 2015.
Depois de almoçarmos no Largo do Machado, pegamos um Uber no rumo do Pão de Açúcar para o passeio no bondinho (infelizmente a estação de metrô mais próxima era muito distante de lá, e ir de ônibus, naquele trânsito terrível daqueles dias, seria perda de tempo e paciência). Comprei os ingressos antecipados pelo site do Parque Bondinho Pão de Açúcar, a R$ 130 cada, o que é uma grande vantagem, pois na chegada ao embarque do bondinho, há uma fila específica para quem adquiriu o bilhete via internet, então geralmente há pouca gente (pelo menos na baixa estação).
Nessa minha nova visita, percorri mais a área ao redor das estações Morro da Urca e Pão de Açúcar, com pequenas trilhas. Aqui reforço como programar por si o passeio é melhor: ficamos quase duas horas e meia por ali, apreciando a vista do Rio de Janeiro de todos os ângulos. Érico adorou, não sem ficar nervoso com o balanço dos bondinhos (risos).
O fim do passeio, após a descida, foi uma caminhada ao longo da mureta da Urca, um bairro tranquilo e com uma vista espetacular da enseada de Botafogo. Gosto demais desse bairro. Parece que estamos em uma cidade pacata do interior encravada na metrópole. Meu sonho é, numa próxima viagem ao Rio, conseguir uma hospedagem ali, mas é difícil (a não ser se for por Airbnb).
2. ARRAIAL DO CABO - 30 de março
Para nós, o passeio em Arraial do Cabo custou R$ 420 (400 do passeio e 20 da escuna, taxa que só soubemos que precisávamos pagar na hora do passeio). Muito já se conhece de Arraial do Cabo, então não há muito o que dizer, exceto que a programação foi prejudicada por turistas desleixados que não são pontuais e tiram até os guias do sério.
Mas, apesar disso, é um passeio que vale muito a pena. Infelizmente, a Marinha havia bloqueado o acesso naquele dia à praia do Forno, último ponto da escuna, onde ficaríamos mais tempo. No mais, foi tudo bem: o ônibus seguiu para a região dos Lagos, com a travessia da ponte Rio-Niterói dando uma vista muito bacana da baía da Guanabara, fez uma parada de 15 minutos (que viraram 20 por causa dos abusados) na churrascaria e lanchonete Patropi, na BR-101 (melhor que a carestia absurda do Oásis), e chegou a Arraial do Cabo, onde embarcamos na escuna e fizemos o passeio que terminou quase 18h. Fizemos com a Kingstur, com quem eu já havia fechado pacotes nas duas últimas viagens ao Rio. No total, foram quase 10 horas de tour (poderiam ser 12 se não fossem os atrasados arrogantes).
Uma dica: para esse e qualquer passeio de praia fora da cidade do Rio de Janeiro, leve aquele protetor de celular para poder fazer fotos na água. Eles já são instruídos a empurrar o produto para os turistas no passeio.
Outra dica: comprem os passeios antecipadamente pelos sites das agências!!! No caso da Kingstur, você paga um sinal de 10 por cento para garantir a reserva, e o restante paga na hora (atenção que eles cobram 5 por cento de acréscimo no cartão de crédito, e se parcelar, a taxa sobe para 10 por cento, o que acho uma pouca vergonha, já que os preços são bem altos, mesmo em baixa temporada. Paguei no pix, já que não gosto de andar com grana).
3. CENTRO E LAPA - 1º de abril
Pelo metrô, embarcamos na Estação Catete e descemos na Cinelândia, onde pudemos tirar fotos do Teatro Municipal (pena que aquela região está tão entregue às baratas, com muita sujeira e pouca segurança principalmente àquela hora da manhã - chegamos por lá umas 7h30). Muito fácil dali ir a outros pontos turísticos, a pé mesmo: a linda Catedral Metropolitana, os Arcos da Lapa e a Escadaria Selarón.
|
Uma tarde para colocar o papo em dia e curtir muita birita na Feira do Lavradio, com Luana |
Nosso objetivo era encontrar minha amiga Luana Brasil, que se mudara para o Rio havia mais de 10 anos e casara (trabalhamos juntos no finado jornal O Estado do Amazonas, onde eu era editor e ela, repórter de Polícia). Foi ela quem me falou da Feira do Lavradio, evento que acontece na rua do Lavradio, na Lapa, todo primeiro sábado de cada mês. É um evento muito legal, com barracas ao longo de todo o logradouro com vendas de artesanato, principalmente, além de roupas, acessórios diversos, livros e objetos decorativos feitos de material reaproveitável, como os antigos discos de vinil. Além disso, eventualmente há apresentações teatrais de rua. E, além disso, muitos bares abertos para quem gosta de aliviar o calor carioca com muita birita - o que foi nosso caso.
|
Um dos vários trabalhos em exposição e comercialização na Feira do Lavradio
|
Uma dica importante para quem quiser conhecer a Feira do Lavradio: nas ruas ao redor do local, a alimentação é muito mais em conta. Os donos de bares e restaurantes da região do evento cobram preços muito absurdos em pratos executivos. Antes de encontrarmos Luana para matar saudades e botar o papo em dia, almoçamos num estabelecimento na rua do Ouvidor (infelizmente não guardei o nome...), com preços muito bons (pagamos R$ 18 em cada prato que pedimos).
No caminho de volta para o hotel (tudo é muito perto por ali para quem está disposto a caminhar: Catete, Glória, Lapa, Flamengo e Centro), já quase anoitecendo e muito animados pela beberagem depois de deixarmos Luana, só conhecemos os bares marcantes da Lapa de passagem: melhor era descansar de um dia agitado para a programação do dia seguinte.
4. MUSEU DO AMANHÃ, AQUARIO E MUSEU DA REPÚBLICA - 2 de abril
Sem ressaca e tranquilos, tomamos o metrô e descemos na Estação Urugaiana/Centro para chegarmos ao Museu do Amanhã. Os ingressos (R$ 30 mais R$ 3,16 de taxas e encargos cada, comprados no site) tinham o horário marcado de 13h, mas mesmo chegando antes de meio dia, pudemos entrar e aproveitar o espetáculo que é visitar esse lugar, começando pelo Cosmos, um espaço onde vimos um curta-metragem de 8 minutos, em 360 graus, sobre o universo e a vida, simplesmente sensacional! Muito conhecimento sobre o mundo que nos cerca, disponibilizados em várias instalações e exposições, painéis lindos com imagens feitas de satélites. Gastamos pelo menos duas horas ali, e na saída, evitamos os preços gurmetizados da pracinha em frente, indo até a já citada Pastelaria Peng Huanping.
O ponto seguinte era o AquaRio, que não ficava tão distante do museu, bastando seguir a pé pelo Boulevard Olímpico (havia a opção de usar o VLT, mas preferimos conhecer aquela área, que estava bem movimentada). O AquaRio é outro espetáculo! Os ingressos (adquiridos a R$ 110 cada um) tinham horário definido para as 16h, mas, a exemplo do museu, pudemos entrar tranquilamente e apreciar todas as espécies marinhas cuidadas ali. Recomendo ir durante a semana, pois no domingo, além de muito cheio, houve o incômodo do pessoal do "book rosa", que levava muito tempo até gastar todas as poses possíveis para fotografar nos lugares mais bacanas.
Nosso próximo destino era o Bar do Omar, no morro do Santo Cristo, não muito longe dali, mas por conta do tempo chuvoso, desistimos e, após uma rápida passagem pela frente da Yup Star, a Roda Gigante do Rio (com aquele tempo eu não me arriscava a entrar nela, e o ingresso estava R$ 49 por pessoa, comprando pelo site, então nem tenho ideia do valor no local), pegamos o VLT de volta, descendo na Cinelândia e embarcando no metrô de volta ao Catete, onde visitamos o Museu da República, o antigo Palácio do Catete, sede do governo nos tempos em que o Rio era capital federal. Tudo lindo, conservado. Ali há muito conhecimento para quem gosta de museus, e de quebra havia uma bela exposição sobre Marielle Franco, a vereadora carioca assassinada com seu motorista há pouco mais de três anos.
Com a chuva começando a aumentar, nem visitamos novamente o jardim do palácio (havíamos passado por lá para esperar o check in e descansar após o almoço na nossa chegada ao Rio). O jeito foi voltar para o hotel e descansar.
5. CONFEITARIA COLOMBO - 4 de abril
Depois de uma volta pela área da Candelária e na região da Praça XV de Novembro com seus prédios antigos imponentes (íamos para Paquetá, mas acabamos desistindo), foi a vez de conhecermos a Confeitaria Colombo, no Centro, ponto que nunca tive oportunidade de visitar nas duas vezes anteriores em que estive no Rio.
Atualmente (março/abril de 2023), a unidade principal da confeitaria (na rua Gonçalves Dias, Centro; há duas outras unidades, uma em Copacabana e outra em Ipanema) está abrindo às 11h, de segunda a sábado. Quando chegamos por lá umas 10h40, já havia uma pequena fila de pessoas se formando. Fomos dar um giro pelas ruas próximas, e quando voltamos já havia aumentado consideravelmente a quantidade de pessoas, então resolvemos ficar por ali.
|
Antes das 11h já havia uma fila em frente da confeitaria |
|
Interior da confeitaria Colombo |
A Confeitaria Colombo é um espetáculo de beleza - mesmo tendo baratinhas correndo pelo chão, como vimos bem ao nosso lado. Tudo é gostoso e com preços razoáveis (eu pedi um chocolate cremoso e uma coxinha por R$ 28,40; Érico pediu um café expresso e uma empada de camarão por R$ 24). Os candelabros, os espelhos e vitrais nos fazem viajar no tempo (só faltaram mesmo os trajes do início do século 20). Infelizmente não pudemos ir ao segundo andar, que estava cheio, e não permitiam subida temporariamente mesmo que para apenas fazer fotos. Paciência...
Quando você entra na confeitaria em fila, já é recebido para uma foto, a qual é disponibilizada na sua saída pela equipe do local. Fizeram duas nossas, e quando saímos ofereceram cada uma por R$ 60. Decidimos apenas por uma, mas para "empurrarem" a outra (as que não são levadas são destruídas depois), ofereceram ambas por R$ 100. Um bom negócio que, devo avisar, é oferecido também no Corcovado e no Pão de Açúcar.
Dali, o resto do nosso dia foi dar uma volta pela área de Ipanema e Leblon, mas sem curtir a praia, pois por causa de um ciclone no litoral, o mar estava assustadoramente agitado. Só fizemos mesmo fotos.
|
Foto tirada do Mirante do Leblon, de onde temos uma vista maravilhosa daquela região da zona Sul |
6. THE MAZE - 5 de abril
Para o último dia de nossa passagem pelo Rio (o dia seguinte seria apenas dedicado a arrumar bagagens e ir ao aeroporto Santos Dumont após o almoço), reservei, após um rolezinho de despedida na praia de Copacabana, na barraca Vem Que Tem (da qual falarei mais adiante), nosso tempo para visitar o The Maze, no Catete, que funciona de quarta a domingo, das 13h às 17h.
O The Maze é um misto de hostel (temporariamente desativado em março/2023), bar (também temporariamente suspenso) e espaço artístico. Ele fica localizado na comunidade Tavares Bastos, e o acesso é feito em kombis disponibilizadas na entrada da comunidade, na esquina das ruas Tavares Bastos e Bento Lisboa. Elas ficam estacionadas em frente à padaria Nova Viriato (vale um lanchinho lá. É tudo variado, muito gostoso e com ótimos preços!), e a subida custa R$ 4 (março/2023) por pessoa (pagamento apenas em dinheiro ou pix), enquanto a descida custa metade do valor.
Para chegar ao The Maze, basta ficar no ponto final das kombis (e de lá pegar a que está disponível para a descida, mas com um pouco de disposição dá pra descer a pé - para subir, não recomendo, porque as ladeiras são um tanto quanto íngremes) e seguir direto pela rua. Há sinalização indicativa, mas onde não houver, basta perguntar a qualquer morador.
O The Maze foi criado em 1981 pelo artista plástico britânico Bob Nadkarni, e todos os compartimentos são feitos por mosaicos coloridos criados por ele e, ao longo dos anos de funcionamento como hostel, por hóspedes como "pagamento" pela estadia. Hoje, por enquanto, o local é aberto apenas para visitação dos turistas, com uma vista espetacular para a orla do Rio e Niterói, praticamente de frente para o morro do Pão de Açúcar. A entrada, paga apenas em dinheiro ou pix, custa R$ 10 (março/2023), e na entrada a recepcionista conta a história do lugar, depois liberando o espaço para visita e fotos. Bob ainda viveu lá até seu falecimento, no último dia 17 de abril, quase uma semana depois de nossa visita, mas já havia parado de fazer a arte nos ladrilhos, em razão da idade avançada que lhe limitou a movimentação.
Por estar em uma comunidade, o lugar ainda enfrenta o preconceito de quem relaciona o ambiente à criminalidade, entretanto a comunidade Tavares Bastos é considerada exemplo de segurança e tranquilidade, com moradores simpáticos dispostos a dar orientações a todos.
CIDADE MARAVILHOSA!
Por fim, foram 10 fantásticos dias na Cidade Maravilhosa. Curtimos banho em Copacabana e Barra da Tijuca, visitamos a Pedra do Arpoador (com muito cuidado e atenção, pois há uns tipos mal encarados pintando por lá, e fomos informados da ocorrência de assaltos no caminho para as pedras - para quem não sabe, não é apenas uma pedra, há uma vegetação abundante e trilhas nela que requerem olho vivo do visitante), tomamos cerveja em botecos maravilhosos e comemos bem sem deixar um órgão do nosso corpo como pagamento.
O auge mesmo foi a troca de alianças entre mim e Érico, que havíamos acertado fazer no Rio, mais precisamente na barraca 54 de Copacabana, a Vem Que Tem, voltada para o público LGBTQI+, administrada pela Cris (que conhecemos) e pela Amanda. A Fernanda, que trabalha na barraca, fez a gentileza de filmar e fotografar nosso momento! Isso foi no dia 31 de março, livre de passeios, e por essa gentileza e energia positiva voltamos lá no dia 5 de abril para a despedida do Rio de Janeiro! Prometi para Cris levar, em nossa próxima ida, uma bandeira do Amazonas para ser colocada na haste da barraca, junto com as de outros Estados. Essa promessa irei cumprir!!!!
Fiquei estressado com o trânsito no Rio de Janeiro, mas o metrô e o VLT salvaram a pátria. A passagem do metrô (R$ 6,50 em março/2023) agora pode ser paga com cartão de débito ou crédito, mas apenas por aproximação, o que agiliza demais a movimentação nas estações (em algumas, as bilheterias não funcionam mais, então quem não tem essa forma de pagamento disponível precisa comprar cartão específico para uso nos caixas eletrônicos disponíveis). No VLT, com circuito menor, o pagamento só pode ser feito pelo cartão Rio Card, que o interessado pode adquirir por R$ 4,50 (valor de março/2023) nas máquinas disponíveis nas estações (a partir disso deve ser feita recarga nas mesmas máquinas). Então, o usuário ao entrar no veículo faz o pagamento (débito no saldo do cartão) diretamente nas leitoras em seu interior. Dica importante: cada usuário precisa ter seu cartão; o sistema não permite que você pague a passagem de seu companheiro. E o melhor de tudo é que, mesmo indo embora do Rio, podemos guardar o cartão para novo uso em uma próxima viagem. Ah! O cartão também serve para pagamento da passagem do metrô, e sua recarga pode ser feita por aplicativo (inclusive a validação da recarga).
Ainda temos várias coisas para curtir no Rio, e já estou salvando dicas de perfis do Instagram para conhecer na próxima viagem para lá - talvez, em 2025 agora.
BÔNUS
Quem passou dos 45 deve se lembrar do "Documento Especial: Televisão Verdade", programa de documentários exibido na finada Rede Manchete e depois reexibida pelo SBT nos anos 1990. Um desses programas foi do "Edifício 200", um condomínio na rua Barata Ribeiro, em Copacabana, perto da estação do metrô Siqueira Campos. Ali rolava baixaria que não era pouca: confusão entre vizinhos, prostituição, uso de drogas, violência doméstica, roubos...
Por conta da má fama, o prédio mudou o número para 194. Pois estive lá na frente para fazer uma foto diante desse marco, o que deixou o Érico injuriado!
Sou desses.