Amanhã o 11 de Setembro será lembrado como o dia que mudou a história da humanidade. Há dez anos, dois aviões comerciais chocaram-se contra as torres gêmeas do World Trade Center, um dos símbolos da cidade de Nova York e também símbolo financeiro dos Estados Unidos. No mesmo dia, outra aeronave caiu sobre o Pentágono, símbolo militar norte-americano, e mais uma foi, ao que consta, derrubada pelos próprios passageiros em luta contra os terroristas sequestradores. Entre passageiros dos aviões e ocupantes dos prédios atingidos, foram quase 3 mil pessoas mortas. Uma tragédia como antes não havia sido vista, provocada por terroristas fanáticos.
Dez anos depois, aquelas imagens ainda perturbam. Tento imaginar o pavor, o susto de quem foi vitimado ou testemunhou de perto. Cada aniversário dos atentados os distancia no tempo mas não da mente. É como se aquela barbaridade houvesse acontecido ontem. Ver fotos do esplendoroso World Trade Center antes da tragédia e depois o Marco Zero ainda é um choque muito grande. Claro, nem tenho ideia da dimensão da catástrofe. Só o sabe quem estava lá, os que estavam tomados como reféns nos aviões e os que foram surpreendidos, tanto ocupantes dos prédios, que talvez nem tenham percebido o acontecido, quanto transeuntes que viram cenas dignas de filmes de horror.
O que isso nos deixou de lição? A julgar pelas atitudes que se seguiram, não muito. Houve piadas a respeito da tragédia. Muçulmanos inocentes foram molestados, confundidos por ignorantes com os fanáticos assassinos. Houve um lado bom, claro. O Talebã, de onde saiu Bin Laden, mentor do Setembro Negro do século 21, caiu. Ventos da liberdade sopraram no Afeganistão, uma nação arruinada como tantas outras por guerras sem sentido. Bin Laden foi caçado e executado. A Al Qaeda ainda resiste com sua loucura, matando inocentes nos anos seguintes e tentando estender ainda mais seus tentáculos criminosos pelo mundo.
Mais uma vez lamento pelas vítimas e pelos seus familiares, que a cada ano tem de suportar a ausência de entes queridos mortos nesse episódio estúpido. Dizem que há males que vem para bem, mas o único benefício desse episódio seria a valorização maior da vida, do respeito para com os diferentes, o prazer de fazer o bem, a convivência pacífica, o entendimento de que religião, língua, raça e orientação sexual não podem ser tomados como niveladores de superioridade humana.
Tais coisas não podem ser ignoradas, banalizadas. Um caso simples para ilustrar: hoje, uma amiga postou uma foto no Facebook, revelando que uma loja em um shopping center de Manaus estava vendendo brincos com a suástica, símbolo utilizado pelo nazismo e sinônimo, atualmente, de crimes contra a humanidade, intolerância e violência, não importando mais qual seu real significado. Questionada, a vendedora apenas disse que era um símbolo popular, portanto para ela tanto fazia estar à venda ou não. Isso é perigoso. Mostra que ignorar tragédias do passado levadas a cabo por pura ignorância são um veículo muito importante para disseminação de novas catástrofes. O 11 de Setembro mostrou isso. Os brincos com a suástica indicam isso. Após anos de genocídios, guerras civis, perseguições e massacres, o vírus da perversidade e da intolerância permanece ali, quieto, esperando o momento certo de produzir seus estragos. O mundo ainda não aprendeu, e pelo jeito ainda vai demorar muito para aprender - se é que isso um dia vai acontecer...
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