sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Educação no trânsito é possível?

A educação no trânsito sempre foi um assunto muito importante, portanto nada mais adequado que seja aquele sobre o qual escrevo após esse hiato de mais de um mês no blog por questões de trabalho.

O trânsito em Manaus é uma peculiaridade: não existe respeito algum às leis, a maioria dos motoristas faz o que bem entende nas ruas e a fiscalização é pífia. De fato, não existe rigor, há somente o famoso "jeitinho" e muita, mas muita propina (por aqui metaforizado pelo termo "guaraná") para que quem fiscaliza seja tomado de uma súbita cegueira momentânea.
Campanhas de educação vem e vão, mas a avacalhação (termo bem adequado ao trânsito de nossa capital) parece piorar. Em várias avenidas da cidade foram pintadas faixas de pedestres sobre um fundo vermelho. A função seria semelhante aos dos sinaleiros para pedestres: botou o pé na faixa, os veículos devem parar para permitir a travessia do pedestre. Claro que isso acontece, mas após um bom tempo de o pobre transeunte ter se posicionado no espaço ao qual lhe foi dado direito. Obviamente que não esperamos que haja freadas bruscas, mas mesmo os motoristas que percebem de longe que pessoas vão atravessar a avenida fazem vista fraca e avançam, assim mesmo. Azar do pedestre que achar que um retardado desse tipo vai realmente ser educado ao ponto de parar e lhe dar passagem. Eu testemunhei esse descaso. Depois que uns 20 carros passam pela faixa, apareceram motoristas realmente civilizados parando decentemente para eu poder atravessar.

Próximo ao meu trabalho existe uma rua de mão única, a rua Natal, que liga duas das principais avenidas de Manaus, a Umberto Calderaro e a Mário Ypiranga. Muitas vezes vi carros vindo pela contramão. São pais que vão deixar seus filhos na escola que fica naquela área, retardados e preguiçosos para dar a volta mais adiante para pegar o sentido correto do trânsito e que abusam do "jeitinho" para economizar uma merrequinha de gasolina. Fico imaginando o que esses pais dizem aos filhos pequenos para justificar a palhaçada. Pensem agora na formação desses futuros motoristas, posto que os pais sempre são exemplo de comportamento, mesmo o péssimo.

Quando me refiro a esses péssimos motoristas como retardados, não estou fazendo xingamento gratuitamente. Existe termo mais adequado a quem é acostumado a burlar as leis e a fugir das regras estabelecidas? Fico pensando em como esse tipo de gente conseguiu tirar sua habilitação e questiono mais ainda os tipos de exames aos quais os candidatos são submetidos. Não são eficientes o bastante, e basta vermos o péssimo comportamento de milhares de condutores em Manaus para confirmar isso.

Além desse problema de desrespeito às normas do trânsito, ainda há a questão da falta de bom senso. São idiotas que dirigem com som extremamente alto até mesmo em horários impróprios, como madrugada e nas proximidades de hospitais. Onde aprenderam isso? Esse tipo de gente deveria ser tirado de circulação, impedido de dirigir pois mostram sua total incompetência para conduzir um veículo de forma civilizada, respeitando os outros motoristas, os pedestres e todas as pessoas que querem uma convivência tranquila. Sim, isso é possível em uma cidade com quase 2 milhões de habitantes. Basta ter o mínimo de bom senso e extrema boa vontade.

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