terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Comentário: "O Hobbit - A desolação de Smaug" (2013)




Por William Gaspar

“O Hobbit  - A Desolação de Smaug” possui duas características básicas que o fazem incrivelmente superior ao primeiro filme da trilogia. A primeira é ter um tema, no caso a ganância de todos os personagens (não necessariamente por ouro). A segunda é a ação que, dessa vez, ficou bem contextualizada na trama.
Outra característica ótima é a presença de Légolas. Eu acreditei que “socar” o personagem neste filme seria uma ideia estúpida. Porém, apesar de sua aparição ser desnecessária e não acrescentar muito à trama, suas cenas são incrivelmente agradáveis aos fãs.

Voltando ao longa como um todo, a nova narrativa é muito mais sombria e menos cômica que a de seu antecessor (qualquer comparação com “O Império Contra-Ataca” é válida). Bilbo começa a realmente sentir a influência do Um Anel, Thorin ficando maluco, Gandalf se metendo de propósito em uma armadilha sem noção e o Smeagol... ops, nada de Gollum dessa vez.

Agora focando um pouco no visual que Peter Jackson criou para esse filme, não posso negar que os cenários são magníficos e deslumbrantes, mas o destaque fica para Erebor. Efeitos visuais muito bem trabalhados e com detalhes incríveis. A cidade sob a montanha é algo de encher os olhos.

 “Item cinco, dragão destruidor ganancioso que causa medo e angustia em qualquer um. Nota 10”. Smaug é com toda a certeza o mais belo dragão já criado nas telas. Ele se move com peso e ameaça, é ganancioso como só um humano seria, é esperto, rápido e vingativo. É realmente a morte encarnada como ele mesmo afirma no final do filme (que inclusive deixa qualquer um desesperado em ter que esperar até dezembro de 2014 para saber o resto). Opa, minhas congratulações ao vozeirão do Benedict Cumberbatch, que para quem não sabe também dubla o tal necromante.

No mais, o filme realmente muito bom, a ponto de o espectador nem perceber as mais de duas horas de duração, diferente de “Uma jornada inesperada”.

Um parágrafo especial deve com certeza ser dedicado a Tauriel. Apesar de nem existir realmente na trama, a atriz Evangeline Lilly criou uma Arwen mais selvagem e sexy, a ponto de fazer o Légolas perder a compostura e mostrar ciúmes. Adorei a personagem a as sua cenas de ação (e não é só pelas orelhas pontudas dela).

* O autor é jornalista

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Um hiato entre as postagens

Caro visitante, este ano foi atípico e pouco tenho postado no blog, em razão da falta de tempo com dois empregos, obras em casa, internet de péssima qualidade... Por esses motivos muitos comentários não haviam sido liberados, o que fiz agora. Ainda assim, mesmo com o tempo passado, tentarei responder os pedidos de informações, sobretudo sobre os estelionatários do site "Compre da China", uma verdadeira rede criminosa que continua enganando consumidores em todo o país. 
Abraços a todos!!!!!

Comentário: "Carrie, a estranha" (Carrie, 2013)

Impossível esquecer Sissy Spaceck no papel-título em 1976, na primeira adaptação do livro "Carrie", de Stephen King, dirigida por Brian De Palma. Difícil também não lembrar a sequência perfeita do baile, o clímax do filme no qual a adolescente desajustada e atormentada pelos colegas de escola libera sua fúria em seus poderes telecinéticos para reduzir a escola a escombros e liquidar seus algozes, com um preâmbulo de suspense de fazer prender a respiração e uso da técnica do split screen (divisão da tela) para mostrar o massacre perpetrado pela garota banhada em sangue - resultado de uma brincadeira de péssimo gosto da patricinha Chris Hargensen (Nancy Allen) em conluio com seu namorado encrenqueiro e violento, Billy Nolan (John Travolta).

Ainda assim, tentando controlar essas lembranças, fui assistir à terceira versão de "Carrie, a estranha" (a segunda, lembrem-se, foi feita para a televisão norte-americana em 2002, com Angela Bettis no papel principal e mais fiel ao livro - exceto pelo final ridículo). Depois, em conversa com um amigo cinéfilo, constatei que, de fato, esse remake dirigido por Kimberly Peirce se assemelhou em muito à refilmagem de "Psicose" feita por Gus Van Sant em 1998 - um erro terrível. O prólogo do filme foi diferente, mostrando a gênese de Carrie nas mãos de Margareth White (Julianne Moore, em minha opinião desperdiçada nesse filme. Piper Laurie se saiu muito melhor no original, nada caricata). No entanto, no restante é como se praticamente a obra de De Palma tivesse sido copiada quadro a quadro - tem as garotas jogando volei (apesar de ser na piscina), a primeira menstruação de Carrie (Chlöe Grace Moretz) no banheiro com o detalhe do sabonete caindo ao chão, diálogos praticamente iguais, o garoto na bicicleta que sofre o primeiro revide telecinético da adolescente, o ataque à mãe de Carrie em uma cena previsível a ponto de causar risos em vez de choque...

Poderia ser diferente, como a versão para a tv, sem usar o primeiro roteiro adaptado. Refilmagens já são toscas, com raras exceções que superam o original (remakes de "O bebê de Rosemary" e "Chinatown", por exemplo, são inimagináveis até aparecer outro Gus Van Sant). Em "Carrie", para não detonar 100 por cento o filme, a sequência do baile é bacana, mais violenta porém menos genial que a da primeira versão. Para não ficar tão feio, talvez, algumas situações novas foram colocadas nessa readaptação, relativas às personagens Sue Snell (Gabriella Wilde, no papel que já foi de Amy Irving) e Rita Desjardin (Judy Greer, professora de educação física de Carrie e que se torna sua amiga, rebatizada como miss Collins na primeira versão, quando foi interpretada por Betty Buckley e foi morta no "Baile Negro"), um pouco mais fiéis ao livro. Mas é só. Outro fato meio "destoado" foi a beleza de Chlöe, um tipo muito patricinha para interpretar Carrie - no livro, é uma garota sem atrativos, vitimada pelo bulliyng dos colegas de escola (coisa que Sissy Spaceck e até Angela Bettis - apesar de meio caricata - conseguiram caracterizar muito bem nas duas versões anteriores). Porém, o filme serve pelo menos para ocupar uma tarde ociosa de domingo.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Comentário: "Zona morta" (Dead zone, 1983)

As histórias de terror do escritor norte-americano Stephen King sempre foram um prato cheio para o cinema, mas poucas adaptações conseguiram igualar ou superar o impacto da obra publicada. Desse universo de vampiros, monstros, demônios, serial killers e paranormais surgiram obras-primas das telonas como “Carrie, a estranha” (1976) e “O iluminado” (1980), mas também verdadeiros desastres como “Comboio do terror” (1987) e “A hora do lobisomem” (1985). Entre os dois extremos achamos adaptações nem tão impactantes mas satisfatórias, como “Christine” (1982), “Cujo” (1983) e “Na hora da zona morta” (1983) - título bem tosco para a adaptação cinematográfica de “Zona morta”, a qual eu tive o prazer de encontrar nas minhas garimpagens em lojas de DVDs e blu-rays.

“Zona morta” é um dos meus preferidos por trazer o ótimo Christopher Walken como protagonista e, ao lado das adaptações de “Carrie” e “O iluminado”, ter seu roteiro bem enxuto com relação à obra escrita, eliminando personagens e situações sem comprometer a essência da história. No filme dirigido por David Cronemberg, Johnny Smith (Walken) é um simples professor, noivo de Sarah Braknell (Brooke Adams), que sofre um acidente automobilístico quando deixa a namorada em casa em uma certa noite. Ele entra em coma e desperta somente cinco anos depois, apenas para enfrentar a dura realidade de que Sarah casara com outro e de que ele agora adquirira o dom de descobrir o passado e ver o futuro das pessoas apenas com um toque de sua mão.

As premonições de Johnny acabam sendo um peso insuportável, pois é visto como charlatão por alguns e uma esperança para outros. Ao ajudar um xerife (Tom Skerrit) a elucidar o mistério de uma série de assassinatos de mulheres na cidade de Castle Rock, Johnny acaba ficando mais conhecido e busca se isolar. No entanto, ao entrar em contato com um candidato ao senado norte-americano, Greg Stillson (Martin Sheen), acaba prevendo uma situação que poderá jogar o planeta em uma nova grande guerra mundial, sem saber como poderá detê-lo. Para piorar tudo, Sarah é uma das integrantes do comitê de campanha de Stillson, aumentando a angústia de Johnny, que nunca deixou de amá-la.

“Zona morta” não tem o apuro técnico visual de “Carrie” ou “O iluminado” e nem o absurdo sobrenatural de “Christine”, por isso a considero a adaptação mais “pé no chão” de um livro de King, ao lado de “Cemitério maldito” (1989), de Mary Lambert, e bem enxuta – a obra original narra o que aconteceu ao redor de Johnny nos seus cinco anos de coma, além da história da ascensão de Greg Stillson, um psicopata assustador capaz de torturar e matar um pobre cachorro. Ainda assim, nada deixa a desejar.

(Publicado no caderno Plateia, jornal Amazonas em Tempo, em 08/12/2013)

VIAGEM: Cabaceiras, PB (06/04/2024)

Pela terceira vez viajei à Paraíba nas férias - e a primeira vez com meu marido Érico -, e essa foi a oportunidade de realizar um sonho, alé...