Um título um tanto quanto pessimista, deprimente, mas cem por cento verdadeiro. Para repetir um velho lugar-comum, estamos às portas de 2013. Natural que, na avaliação do ano agonizante, se queira sempre o melhor para o futuro, planos positivos, esperança de dias melhores, renova-se o desejo da paz mundial. Nada de mau nisso. É bom pensar positivamente. Energias positivas sempre ajudam... mas não são suficientes.
Os desejos foram os mesmos para 2012, 2011, 2010, 2009 e por aí vai, desde quando a razão venceu a superstição (apesar de algumas recaídas na obscuridade, como a crença do fim do mundo em 2012). Entre pensar positivamente e agir, a lacuna é bem grande, extensa, astronômica. Ninguém, com raríssimas exceções, pensa no coletivo. "Que o mundo melhore para mim" é o que se lê nas entrelinhas.
Quando penso em 2013 chegando, penso numa reavaliação de ações do que fiz este ano por mim e para os outros. Claro, tenho que pensar em melhorar mais ainda, fazer algo diferente e legal, até mesmo mudar o visual (se minha estampa o permitisse). Mas, acima de tudo, tenho que preparar o meu espírito para o que vem por aí. Ao lado das coisas boas, sei que a corrupção vai continuar, escândalos vão surgir, os pilantras de posses continuarão levando a melhor, traficantes continuarão destruindo famílias, gente vai se aproveitar da desgraça alheia para se dar bem, a impunidade vai "comer solta"... Porque essa é a natureza humana: é boa e é péssima (ultimamente, muito mais péssima).
Iremos testemunhar ainda tragédias provocadas por terremotos, incêndios, furacões, enchentes, seca... muitas vezes situações resultantes de nossa própria irresponsabilidade com o meio ambiente. Resta-nos a preparação para isso. Sem pessimismos, somente sendo realista. Então, quando desejar a todos um feliz ano novo, na verdade entendam como "um suportável ano novo". E que possamos sobreviver a ele! Venha, 2013!