terça-feira, 12 de julho de 2011

A nova "língua popular brasileira", por Célio Paezza

Recebi este artigo por e-mail e achei interessante, portanto tomei a liberdade de publicá-lo no blog. 

Rui Barbosa um dia falou: “Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência”. O que me surpreende é que na época ele não conhecia o MEC e nem sabia das baboseiras da “língua popular”, como é chamada a língua escrita errada e adotada agora em livros oficiais de ensino pelo nosso Ministério da Educação e Cultura. Como é possível um Ministro da Educação aceitar a ideia de que é certo falar errado e que corrigir o erro pode ser um preconceito linguístico e gerar um problema para quem falar errado?

Em um dos livros didáticos da língua portuguesa “Por uma vida melhor”, da coleção “Viver, Aprender”, adotado pelo MEC, “Nós pega o peixe” virou frase correta, pois está de acordo com a “língua popular”. Para onde exatamente querem levar este país? “Os ministro mete os pé pelas mão”. Essa frase está correta? De acordo com o Ministério da Educação deve estar, pois reflete a “língua popular”.

A saída deste país é pela porta da educação e do conhecimento, e de repente assistimos este debate grotesco por causa de livros errados na rede de ensino e, pior, o próprio ministro da educação vem em defesa do erro. Temos que dar início a um movimento de repulsa total a este tipo de livro para mostrarmos que existe brasileiro com vergonha na cara. O que está acontecendo no Ministério da Educação é um descaso nacional com todos nós, que estudamos e procuramos sair da ignorância. É uma afronta a nossa inteligência. E não venham falar em preconceito linguístico, outro termo sem sentido criado para justificar os desmandos de quem está no comando de nossa falida educação.

Anos atrás, o professor era uma figura respeitada e não existia a possibilidade de um aluno desacatá-lo e ficar por isso mesmo. Os pais entendiam a importância de um professor e a escola pública era um exemplo a ser seguido. Os tempos foram mudando, a educação foi acabando, as escolas foram sendo sucateadas, e agora, vem mais este tapa na cara dos professores, pais e homens de bem. É a falência decretada pelo Estado! Vamos aprender errado, vamos falar errado a nossa língua, vamos escrever errado, vale tudo.

Quem sabe, no próximo ano, teremos uma nova revisão ortográfica e a oficialização da “língua popular brasileira”. Exames de português não serão mais necessários na escola do futuro e bastará escrever qualquer coisa da forma como se fala, errado ou certo, tanto faz, para ser um culto cidadão. Mais adiante talvez a escrita seja abolida e passaremos a ser uma nação de “burros falantes”. Analisando friamente o que vem acontecendo, chegamos a pensar que deve realmente existir um plano macabro para deixar o brasileiro mais ignorante e despreparado a cada dia e Rui Barbosa é quem estava com a razão quando disse achar que a burrice é uma ciência! Nós é que ainda não acordamos para ela.

*Célio Pezza é escritor (www.celiopezza.com), com formação acadêmica em Química e Administração de Empresas. Nascido em Araraquara, interior de São Paulo, Célio mora atualmente em Veranópolis, no Rio Grande do Sul.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Hora de voltar ao estresse!

Dos 30 dias de férias que terminam no próximo dia 5 de julho, 20 dediquei a conhecer as belezas do Nordeste, especificamente Ceará e Rio Grande do Norte. Experiência maravilhosa que veio em boa hora. Um resumo desses passeios magníficos coloquei em posts neste blog. As mais de 200 fotos estão disponiveis no meu Orkut.

Sempre há um lado negativo em tudo, claro. E o que posso classificar assim, que vi nos dois Estados, é o mesmo que vejo aqui no Amazonas e, com precisa certeza, em qualquer lugar deste maravilhoso Brasil. Infelizmente, em todos os cantos não há conscientização de muita gente com as belezas da Natureza. Nas praias dos litorais cearense e potiguar, há latas de cerveja jogadas, restos de cigarro, garrafas, sacos plásticos... resíduos de comportamento porco de quem acha que os recursos naturais nunca irão acabar um dia, mostras de criminosos ambientais. Tanto são pessoas do lugar quanto turistas. Não há como distinguir. Apenas que são seres humanos sem consideração com as maravilhas com que Deus nos presenteou.

Há esforços para corrigir isso em muitos lugares, porém muitas vezes em vão. Em Canoa Quebrada, por exemplo, e na Praia do Futuro, em Fortaleza, garis catam a sujeira deixada por bêbados e porcalhões. Mas todo dia tem mais e mais. Em Morro Branco, ainda no Ceará, encontramos sacos plásticos nas praias, trazidos pelo oceano. Nas falésias, há quem rabisque seu nome, estragando o trabalho da Natureza. Fora os preservativos usados, encontrados aqui e acolá.

Na praia de Ponta Negra, em Natal, o desgaste provocado pela movimentação de pessoas ameaça o Morro do Careca. Em outras praias, tanto do litoral sul quanto do norte, a situação é similar, a ponto de as autoridades haverem proibido a subida e descida de pessoas. Mesmo assim, em qualquer lugar foi possível ver um grupo de ignorantes contrariar a ordem. Quando sofrerem as consequências - ou seus filhos ou qualquer de sua geração por vir -, quero saber em quem vão querer jogar a culpa.

Para encerrar meus passeios com chave de ouro nessas férias, ao chegar a Manaus fui passar um dia nas cachoeiras de Presidente Figueiredo. Na corredeira do Urubuí, os mesmos rastros da estupidez: latas de cerveja, roupas íntimas, preservativos e outras porcarias jogadas pelo caminho. E os pobres garis catando, deixando até algumas coisas passarem desapercebidas. É o instinto humano da destruição sem motivos.

Notadamente em relação a Natal e Fortaleza, a parte crítica fica por conta das situações similares a Manaus - trânsito caótico (em Natal, na região oeste da cidade, principalmente), Centro abandonado, pichações em prédios públicos e particulares. Coisas normais de cidades que cresceram sem muito planejamento.

Agora posso voltar ao trabalho, merecidamente descansado e já estressado com a babaquice humana. E posso dar boas vindas ao estresse, aos vizinhos mal educados que colocam som alto como se fossem os donos do mundo, ao trânsito maluco, ao calor terrível de Manaus. Valeu mesmo a pena!

VIAGEM: Cabaceiras, PB (06/04/2024)

Pela terceira vez viajei à Paraíba nas férias - e a primeira vez com meu marido Érico -, e essa foi a oportunidade de realizar um sonho, alé...