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Rui  Barbosa um dia falou: “Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que,  às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência”. O que me surpreende é que  na época ele não conhecia o MEC e nem sabia das baboseiras da “língua popular”,  como é chamada a língua escrita errada e adotada agora em livros oficiais de  ensino pelo nosso Ministério da Educação e Cultura. Como é possível um Ministro  da Educação aceitar a ideia de que é certo falar errado e que corrigir o erro  pode ser um preconceito linguístico e gerar um problema para quem falar  errado?
Em um  dos livros didáticos da língua portuguesa “Por uma vida melhor”, da coleção  “Viver, Aprender”, adotado pelo MEC, “Nós pega o peixe” virou frase correta,  pois está de acordo com a “língua popular”. Para onde exatamente querem levar  este país? “Os ministro mete os pé pelas mão”. Essa frase está correta? De  acordo com o Ministério da Educação deve estar, pois reflete a “língua  popular”.
A saída  deste país é pela porta da educação e do conhecimento, e de repente assistimos  este debate grotesco por causa de livros errados na rede de ensino e, pior, o  próprio ministro da educação vem em defesa do erro. Temos que dar início a um  movimento de repulsa total a este tipo de livro para mostrarmos que existe  brasileiro com vergonha na cara. O que está acontecendo no Ministério da  Educação é um descaso nacional com todos nós, que estudamos e procuramos sair da  ignorância. É uma afronta a nossa inteligência. E não venham falar em  preconceito linguístico, outro termo sem sentido criado para justificar os  desmandos de quem está no comando de nossa falida educação.
Anos  atrás, o professor era uma figura respeitada e não existia a possibilidade de um  aluno desacatá-lo e ficar por isso mesmo. Os pais entendiam a importância de um  professor e a escola pública era um exemplo a ser seguido. Os tempos foram  mudando, a educação foi acabando, as escolas foram sendo sucateadas, e agora,  vem mais este tapa na cara dos professores, pais e homens de bem. É a falência  decretada pelo Estado! Vamos aprender errado, vamos falar errado a nossa língua,  vamos escrever errado, vale tudo.
Quem  sabe, no próximo ano, teremos uma nova revisão ortográfica e a oficialização da  “língua popular brasileira”. Exames de português não serão mais necessários na  escola do futuro e bastará escrever qualquer coisa da forma como se fala, errado  ou certo, tanto faz, para ser um culto cidadão. Mais adiante talvez a escrita  seja abolida e passaremos a ser uma nação de “burros falantes”. Analisando  friamente o que vem acontecendo, chegamos a pensar que deve realmente existir um  plano macabro para deixar o brasileiro mais ignorante e despreparado a cada dia  e Rui Barbosa é quem estava com a razão quando disse achar que a burrice é uma  ciência! Nós é que ainda não acordamos para ela.
*Célio  Pezza é escritor (www.celiopezza.com), com formação acadêmica em  Química e Administração de Empresas. Nascido em Araraquara, interior de São  Paulo, Célio mora atualmente em Veranópolis, no Rio Grande do Sul.
 
